Destino manifesto + Quadro político indefinido + Figuras expressivas + Deputados estão fazendo as contas
Destino manifesto
Se alguém gritar “pega ladrão”, não se sabe quantos vão sobrar. Mas com certeza alguns darão um jeitinho de se blindar e fugir à prisão. Outros nem temem mais as grades: muitos presos já estão soltos, reabilitados e se saindo bem, esquentando as orelhas de juízes e promotores com fortes ataques.
Com a moralidade em baixa, áulicos e fiéis passando pano na corrupção dos amigos, se alguém gritar ou apenas sussurrar “governabilidade” estará invocando a presença, emendas e interesses do Centrão, que via Fundão Eleitoral e federações partidárias já projeta uma bancada tão poderosa no Congresso que poderá facilmente impor o parlamentarismo branco.
Quando o presidente Jair Bolsonaro, antes acusado de agredir a imprensa, asfixiar a Rede Globo e incentivar queimadas e desmatamento, clama por liberdade de imprensa, eleva as cotas publicitárias na gigante televisiva e declara que sua prioridade é combater o desmatamento não significa exatamente que mudou de ideia e migrou da extrema-direita para o liberalismo. Quer dizer que o Centrão está onde sempre quis: dando as cartas.
Se assim for, se o destino manifesto do Brasil é ficar sempre nas mãos do Centrão, não faz diferença quem será o próximo presidente da República. Ele fatalmente será refém do Centrão, federação praticada desde a Constituinte de 1987. Fica a resolver se é uma situação passageira ou maldição eterna.
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Quadro indefinido
Tanto para as eleições em Rondônia quanto no plano nacional o cenário político é povoado de indefinições. No Estado, espera-se como ponto de partida uma definição quanto a candidatura do ex-governador Ivo Cassol (PP), ainda impedido da disputa com a inigibilidade do projeto Ficha Limpa. Disto depende até o número de postulações, se Cassol entrar na parada pelo menos uns dois candidatos vão desistir, alterando o panorama regional. Na peleja nacional a estruturação das federações partidárias está empacada, mas o novo prazo de inscrições até 31 de maio proporciona a possibilidade de clarear o quadro tão nublado.
Para o Senado
A disputa pela única vaga ao Senado em Rondônia tem despertado grande interesse haja vista o elevado número de prováveis postulantes. Temos nesta parada nomes como o do ex-governador Valdir Raupp (MDB-Rolim de Moura), do ex-senador Expedito Junior (PSD-Rolim de Moura), Jayme Bagatolli (PL-Vilhena), ex-ministro Amir Lando (Porto Velho), ex-governador Daniel Pereira (Solidariedade-Cerejeiras), Vinicius Miguel (Cidadania -Porto Velho), Jaqueline Cassol (PP-Cacoal) e pode ser incluída nesta lista Leo Moraes (Podemos-Porto Velho) caso seu padrinho político Cassol se habilite na disputa ao governo estadual.
Figuras expressivas
Observem as figuras expressivas na peleja ao Senado em Rondônia. Dois ex-governadores (Raupp e Pereirinha), um ex-ministro, Amir Lando, um ex-senador, Expedito e ainda, lideranças emergentes no estado, como o deputado federal Leo Moraes e o empresário Jayme Bagatolli. Isto sinaliza uma fragmentação de votos terrível. Dificilmente o senador eleito na jornada 2022 repetirá votações tão elevadas de 500 a 600 mil votos como já ocorreu com Raupp, Cassol e Acir. O equilíbrio de forças também é interessante por causa da regionalização das candidaturas.
Nem pista
Na disputa pelo governo de Rondônia se vê o mandatário Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho) e o senador Confúcio Moura (MDB-Ariquemes) se mexendo. O senador Marcos Rogério (PL) está terrivelmente indefinido, tanto pode virar um secretário de governo como líder bolsonarista ao Senado. Meu palpite é que ficará fora da eleição rondoniense e ainda apoiando o governador Marcos Rocha, optando por seguir uma carreira política nacional onde tem os holofotes. No governo de Rondônia estaria longe desta cobertura da grande imprensa. Repetiria a opção de Amir Lando, que optou pelo Ministério da Previdência a disputar o governo de Rondônia quando estava em alta em decas passadas.
Fazendo as contas
Os atuais deputados federais que vão disputar a reeleição, casos de Mariana Carvalho (PSDB-Porto Velho), Expedito Neto (PSD Rolim de Moura), Chrisostomo (PL -Porto Velho), Mauro Nazif ( PSB-Porto Velho), Lucio Mosquini (MDB-Ouro Preto do Oeste) e Silvia Cristina (PDT-Ji-Paraná) estão seriamente preocupados com a formação de nominatas em seus partidos. Já se sabe que em alguns casos não será possível formações competitivas, por isto estão fazendo as contas para aproveitar a janela partidária em março e pular de banda. Tem casos complicadíssimos para a reeleição.
Via Direta
***O PSD do Amazonas, liderado pelo senador Omar Aziz defende a opção do partido se atrelar a candidatura de Lula desde o primeiro turno *** Com isto a postulação do presidenciável senador rondoniense de nascimento e mineiro de base eleitoral Rodrigo Pacheco acabará sendo rifada de vez pelo Diretório Nacional *** Neste balaio de gatos que se tornou a sucessão presidencial ninguém quer se comprometer. O PSDB de Rondônia nem fala de seu candidato ao Palácio do Planalto João Dória *** Muitos tucanos, na verdade, conspiram declaradamente contra Dória, já falando em anular a convenção nacional ***Em Rondônia a ex-prefeita de Ouro Preto do Oeste Rosária Helena deve disputar uma cadeira a Assembleia Legislativa no pleito de outubro *** O PDT está firmando uma chapa competitiva e pretende emplacar pelo menos dois deputados estaduais em 2022.
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POLITICA & POLÍTICOS (CARLOS SPERANÇA)
Colunista político do Jornal "DIÁRIO DA AMAZÔNIA", Ex-presidente do SINJOR, Carlos Sperança Neto é colaborador do Quenoticias.com.br. E-mail: csperanca@enter-net.com.br