Hoje de manhã, ao ler crónica escrita em 1915 – há cento e cinco anos! - por Agostinho de Campos, na passagem em que se refere a antigo Professor da Universidade de Coimbra, - o Doutor Calisto, - mestre, que se orgulhava de entreter, os estudantes, durante um ano inteiro, só com meia dú...
Os meus amigos de infância, resumem-se a meia dúzia. Dessa meia-duzia, destacam-se apenas três: Não são propriamente de infância, mas de adolescência. Um, que me dava grande prazer, era moço, baixo e folgazão. Amava calcorrear as ruas e ruelas da antiga cidade, em busca de curiosidades, ...
Comecemos por Frederico de Freitas, cofundador da célebre Companhia Portuguesa de Bailado: “ Verde Gaio”. Residia, eu, nos anos sessenta, na bonita cidade de Bragança, quando tive o privilégio de assistir a excelente exibição da famosa Companhia. Foi uma noite inesquecível! … ...
Sempre que há acontecimento, que envolve politico ou figura pública, aparecem intelectuais e pseudointelectuais, em bicos de pés, na mass-media. Para marcarem opinião? ou para aparecerem? Creio, na maioria das vezes, é apenas vaidade. Só vaidade; para se tornarem conhecidos… Joaquim...
Certa ocasião, Nicolau Tolentino de Almeida, escreveu carta, dirigida ao Oficial da Secretaria do Reino, Lourenço José da Mota Manso, dizendo: “ Se tu não sabes o que é não ter dinheiro, eu to explico: abaixo dos estupores, é o maior mal do mundo…” Para evitarem o “mal”, é que mui...
Quando estive em Roma, conheci sacerdote, que estava hospedado no Convento anexo à Basílica de Santo António, na via Mariana. Conversei, demoradamente, vários dias, com ele, durante as refeições, que tomamos em comum. Era frade, de origem germânica, mas vivia no Brasil – exprimia-se em p...
É usual ouvir a cada passo: “ F. teve berço”. Ter berço é ter sido educado nas regras da boa etiqueta e civilidade. É de criança – o mais jovem possível, – que começa a educação. Ensina-se, não só regras exteriores: como se comportar, agir, e utilizar as palavras-chaves, que o...
Em Portugal há estranha hipocrisia, que leva a condenar todos, que tiveram a infelicidade de cair na desgraça. Enquanto o político, o industrial, a figura pública, ocupa lugar de respeito, todos o bajula e admira. Dizem alguns, com pontinha de inveja: “ É um grande homem! Subiu a pulso!...
Naquela fria e sombria manhã de Inverno, do ano de 1967, estava à porta da “Livraria Silva”, na Praça de Sé, quando passa, de reluzentes divisas doiradas, o sargento Mário. Homem de lábios grossos, estatura meã, rosto levemente queimado pelo abrasador sol de Bragança, que descia, despreo...
A semana passada, aventurei-me a sair, para um longo passeio, na minha cidade. Passeio a pé, porque ainda não frequentei o transporte público. Sai mascarado. Mal tinha percorrido um quarteirão, deparei com outro mascarado, meu velho amigo. Ao cumprimentá-lo, à “cotovelada”, ele dispa...