TRE manda tirar do ar vídeos de Marçal chamando Datena de “estuprador”

20 de setembro de 2024 188

São Paulo  O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) determinou que sejam removidos das redes sociais os vídeos nos quais o influenciador Pablo Marçal (PRTB) aparece chamando o apresentador José Luiz Datena (PSDB) de “criminoso” e “estuprador”. Os cortes foram retirados do debate da TV Cultura (15/9), no qual Datena deu uma cadeirada em Marçal.

A determinação foi registrada em quatro decisões distintas, publicadas em caráter liminar, ou seja, temporário, entre terça e quarta-feira (17 e 18/9), a pedido da própria campanha de Datena à Prefeitura de São Paulo.

Tanto Marçal quanto o Facebook, responsável pelo Instagram, foram citados para que retirem do ar ao menos nove publicações em um prazo de 24 horas. Na manhã desta quinta-feira (19/9), os conteúdos já haviam sido removidos.

 

9 imagens

Percebendo que o candidato do PSDB se direcionava a ele com uma cadeira, Marçal continua a provocação: "Vai"

Datena arremessou cadeira em Marçal no início do quarto bloco. Os dois discutiam após Marçal relembrar acusação de assédio sexual contra o apresentador

O apresentador José Luiz Datena (PSDB) agrediu com uma cadeira o influenciador Pablo Marçal (PRTB)

Mediador do debate da TV Cultura, Leão Serva precisou chamar o intervalo após a agressão

Na sequência, Marçal discute em pé com Datena, que ameaça jogar outra cadeira contra ele. Ricardo Nunes (MDB) e outros homens seguram a cadeira e impedem nova agressão

Nos vídeos, Marçal aparecia relembrando uma acusação de assédio sexual contra o jornalista e o chama de “criminoso”, “assediador sexual”, “estuprador” e “Jack” – gíria utilizada em presídios para se referir a detentos acusados de estupro.

O influenciador também provocou Datena dizendo que ele pagou milhões “pelo silêncio dessa mulher” e questionou: “Quero saber se tocou na vagina dela”. As provocações entre os dois escalaram e culminaram no momento em que o apresentador agrediu Marçal com uma cadeirada.

Segundo o juiz eleitoral Murillo Cotrim, autor de uma das decisões, os vídeos têm “conteúdo ofensivo, bem assim alegação descontextualizada, ao imputar ao autor a conduta que não consta nos documentos oficiais que tratam do caso a que se referiu o candidato réu em sua manifestação”.

Já a juíza Claudia Barrichello afirmou que a fala de Marçal é “extremamente agressiva” e tem “o objetivo único de difamar e macular a imagem do candidato José Luiz Datena”.

“Ainda que tenha havido uma investigação criminal para apurar um suposto crime de assédio sexual em tese praticado pelo autor, é certo que não houve condenação e não se pode admitir que o requerente seja chamado de ‘estuprador'”, afirmou.

Fonte: Juliana Arreguy