Polícia mira banqueiros por desvio de R$ 500 milhões para offshore

24 de abril de 2025 45

A Polícia Civil de São Paulo deflagrou, nesta quarta-feira (23/4), uma operação para investigar um suposto esquema de desvio de recursos financeiros comandado por banqueiros e executivos ligados ao grupo MRCP Participações S/A. Segundo a apuração, valores de clientes brasileiros foram transferidos para uma offshore na América Central e não foram devolvidos.

Entre os principais alvos estão os irmãos Nelson, Noberto e Jaime Nogueira Pinheiro, todos ligados à direção de empresas que movimentaram cifras milionárias. A Justiça paulista autorizou o sequestro de bens de até R$ 469 milhões pertencentes a 16 pessoas físicas e 19 empresas. As ordens judiciais envolvem apreensão de obras de arte, joias, dinheiro em espécie, além de documentos e equipamentos eletrônicos.

A operação, batizada de Floresta Devastada, cumpre 11 mandados de busca e apreensão em nove endereços, incluindo imóveis ligados ao banqueiro Nelson Nogueira Pinheiro e a empresas sob sua administração, como a Brickell Participações S/A, cuja liquidação já havia sido determinada pelo Banco Central. Outro alvo é o FPB Bank Inc., com sede no Panamá, que foi alvo de intervenção local.

A investigação teve início em 2023, a partir de indícios de fraude apresentados em um pedido de recuperação extrajudicial envolvendo a Brickell. O Ministério Público de São Paulo aponta manobras societárias para ocultação de patrimônio e possível fraude contra credores.

À coluna, a assessoria do banco Pine esclareceu que ” Desde 2005, quando Nelson Pinheiro encerrou sua participação como sócio minoritário do Banco Pine, a instituição não mantém qualquer vínculo com o empresário ou com suas atividades. A menção de Noberto Pinheiro na operação ocorre pela participação minoritária em uma holding patrimonial familiar constituída pela matriarca da família para fins de planejamento sucessório, da qual Nelson faz parte juntamente aos demais herdeiros. Noberto Pinheiro permanece à disposição das autoridades competentes para prestar quaisquer esclarecimentos necessários.”

Fonte: Mirelle Pinheiro