PF diz que investigação sobre INSS começou após matérias do Metrópoles
São Paulo — Em seu pedido de autorização judicial para deflagrar a Operação Sem Descontos, realizada nesta quarta-feira (23/4) contra um esquema de cobrança indevida de mensalidade sobre aposentados e pensionistas do INSS, a Polícia Federal (PF) afirmou que a investigação teve início em dezembro de 2023, a partir das primeiras reportagens do Metrópoles que revelaram a prática.
De acordo com a decisão do juiz Massimo Palazzolo, titular da 4ª Vara Criminal Federal de São Paulo que autorizou a operação, a PF informou que a investigação teve início a partir da partir de uma notícia-crime na qual “o denunciante relata reportagens do periódico Metrópoles, publicadas em 23/12/2023 e 26/12/2023, que apontam descontos, sem consentimento, nos benefícios de aposentados do INSS, que teriam sido realizados pela Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec)”.
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Na ocasião, o Metrópoles mostrou que essa entidade, uma das 11 que estão sob investigação da PF, era acusada de aplicar descontos de mensalidade associativa sem autorização de aposentados, que acionaram a Justiça para tentar reaver o dinheiro.
Em março do ano seguinte, em nova reportagem, o Metrópoles revelou que 29 entidades autorizadas pelo INSS a cobrar mensalidades tiveram um salto de 300% no faturamento com a cobrança no período de um ano, somando R$ 2,1 bilhões, enquanto respondiam a mais de 60 mil processos judiciais por descontos indevidos.
Nesta quarta, centenas de policiais cumpriram mais de 211 mandados de busca e apreensão e seis de prisão em 13 estados e no Distrito Federal. Mais de R$ 1 bilhão em bens foram bloqueados, se seis servidores foram afastados, incluindo o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.