Petrobrás: Temer e Parente dirão que a feira continua
Temer e Pedro Parente anunciam nesta quinta-feira, no Planalto, o “Plano de Negócios e Gestão” da Petrobrás para o período 2018-2022. A palavra “investimentos” não aparece no título mas a área de refino segue crítica, com obras de novas refinarias paradas e o risco real de desabastecimento de derivados dentro de poucos anos, numa situação que não exclui o racionamento. Pelo andar da carruagem, vão dizer que a grande feira continua, com a venda de mais ativos da empresa.
Esta semana, a norueguesa Statoil comprou 25% do campo de Roncador, que fica fora do pré-sal, já tendo adquirido Carcará, um negócio que especialistas na área consideraram deletério ao interesse nacional.
No leilão de outubro, depois do lobby inglês, outros campos foram arrematados pela Shell, a francesa Total e a americana Exxon. Parente está vendendo também a rede de gasodutos no Sudeste e no Nordeste.
À gestão de Parente, somam-se as perdas impostas pela Lava Jato. A Federação Única dos Petroleiros fez o inventário que se segue:
Saldo da Operação Lava Jato na Petrobrás:
Total de ressarcimentos pedido: R$ 38,1 bilhões
Valores alvo de pedidos de recuperação judicial: R$ 10,3 bilhões
Valores devolvidos à Petrobrás: R$ 1,45 bilhões
Entre 2014 e 2016, a empresa sofreu as seguintes consequências da Lava Jato:
Perda de valor de mercado: R$ 96 bilhões
Quanto que a empresa deixou de investir neste período: R$ 49 bilhões
Perdas com desvalorização de ativos: R$ 112,4 bilhões
Privatizações realizadas: R$ 41,521 bilhões
Quantos empregos foram perdidos na cadeia produtiva do setor: 2 milhões
Reflexos na economia do país: redução de 2,5% do PIB
Quanto o Brasil deixou de arrecadar em impostos: R$ 10 bilhões
Isenção fiscal de Temer às petrolíferas em 25 anos: R$ 1 trilhão
Prejuízos anuais ao país: R$ 40 bilhões
Fontes de dados: Petrobrás, FGV, Dieese, Consultoria Tendências, MPF/PR, Consultorias Legislativa e de Orçamento da Câmara dos Deputados Federais
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A POLITICA COMO ELA é (POR : TEREZA CRUVINEL)
Tereza Cruvinel atua no jornalismo político desde 1980, com passagem por diferentes veículos. Entre 1986 e 2007, assinou a coluna “Panorama Político”, no Jornal O Globo, e foi comentarista da Globonews. Implantou a Empresa Brasil de Comunicação - EBC - e seu principal canal público, a TV Brasil, presidindo-a no período de 2007 a 2011. Encerrou o mandato e retornou ao colunismo político no Correio Braziliense (2012-2014). Atualmente, é comentarista da RedeTV e agora colunista associada ao Brasil 247; E colaboradora do site www.quenoticias.com.br