Perguntas fundamentais + Sem parceria + As queimadas + O aparelhamento
Perguntas fundamentais
O professor Augusto Barreto Rocha se perguntou qual seria a agenda de ações para sairmos da crise e ele mesmo respondeu que ninguém ainda sabe. Para ele, a resposta virá do exercício da liberdade para formular questões e apresentar propostas.
Há, por outro lado, um jeito inevitável de jamais chegar a esta agenda: manter a falta de debate e entendimento que caracteriza a polarização política. Perdem-se oportunidades com comícios em porta de palácio, omissões e jogo de empurra. “Possuímos ampla capacidade de reclamação e de discordância e baixíssima capacidade de união em torno de objetivos”, diz Rocha.
Daí surgem questões fundamentais, como: o que faremos após o fim da pandemia para ganhar dinheiro a partir dos recursos da Amazônia? O que fazer sem destruí-la? A resposta para essas questões está na capacidade de respeitar o outro, ponderar suas opiniões e mesmo onde houve erro buscar um pressuposto correto que ajude a forjar o entendimento salvador.
“Ao invés de matar as ideias dos outros, deveríamos buscar as ideias no entorno das quais podemos nos unir”, sugere Rocha. “A minha proposta é: vamos desenvolver a Amazônia, por meio de seus recursos naturais e sem destruí-la”. Já que destruir a floresta é contra a lei e configura diversos crimes, a resposta óbvia é desenvolver sustentavelmente a Amazônia. Como cumprir bem essa tarefa é o que precisa ser debatido.
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Sem parceria
O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) descarta novamente para a eleição presidencial de 2022 uma coalizão de esquerda com o PDT de Ciro Gomes e a Rede de Marina Silva. Fragilizada e desgastada, a esquerda brasileira também irá dividida para as urnas nas eleições municipais deste ano. Certamente Lula acredita na volta da estrela vermelha que irradiou o Brasil nas décadas passadas e que levou ao pódio dezenas de desconhecidos.
As queimadas
Com o verão na Amazônia (muito sol no lombo) voltam as queimadas na região. Tendo em vista o aumento desenfreado do desmatamento nos últimos meses a coisa pode ficar feia. Felizmente a guarda nacional foi designada pela União para reforçar o combate aos incêndios florestais que já começaram em algumas regiões do estado de Rondônia. Pará, Mato Grosso, o sul do Amazonas e, agora o Acre, todos enrascados pelo fogaréu nesta temporada.
O Fracasso
O governo Bolsonaro já coleciona fracassos retumbantes. No combate a pandemia do coronavírus, por causa das crendices presidenciais e pelo atraso das ações (um mês atrasado com relação a Bolívia, Paraguai e Argentina). No atual governo também o índice de desmatamento na Amazônia atingiu índices terríveis, o que vai representar uma temporada ruim e danosa para o Norte do País. Alguns equívocos, no entanto, estão sendo alvo de reparos, como no caso das demissões dos médicos cubanos, já que grande parte deles foi reintegrada.
Parada dura
Acre e Rondônia estão numa disputa parelha de incidência de casos de coronavírus em cada boletim emitido pelo do Ministério da Saúde. Faltando pulso as autoridades sanitárias e suas populações não colaborando, os dois governos bolsonaristas estão sofrendo desgastes. Como a população de Rondônia é o dobro da acreana, proporcionalmente o Acre que até o início dos anos 80 tinha Rondônia como sua colônia (como território federal, os rondonienses dependiam de tudo do Acre), vence a parada deste certame de desgraceira.
O aparelhamento
Os petistas se queixam do governo do presidente Jair Bolsonaro pelo aparelhamento com tantos militares nos ministérios, estatais, Banco do Brasil, Caixa Econômica, etc. Mas é justamente o que foi feito – o aparelhamento – nas gestões petistas de Lula e Dilma, com sindicalistas, sem terras, artistas em geral e outros bichos. Bolsonaro que desmantelou as mamatas – inclusive dos clubes de futebol e dos cineastas nacionais que recebiam recursos maciços – agora começa a passar as mutretas para o “Centrão”.
Via Direta
*** Em Porto Velho os comerciantes começam a respirar a partir de hoje com o pagamento o servidores da prefeitura de Poro Velho *** O funcionalismo estadual logo em seguida injeta importantes recursos na economia da capital *** Não fosse o contracheque as nuvens estariam mais negras, ainda mais com o coronavírus em disparada *** O ex-deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa Hermínio Coelho, atualmente no Partido Verde, abre os primeiros movimentos para disputar da prefeitura da capital *** Desmobilizado, o PT rondoniense perdeu a combatividade dos tempos de Lula *** Até o ex-prefeito Roberto Sobrinho anda sumido do pedaço *** O Prefeito Hildon Chaves não desacelerou as ações na capital, mesmo com o coronavírus. Sinaliza que vai firme para seu projeto de reeleição
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POLITICA & POLÍTICOS (CARLOS SPERANÇA)
Colunista político do Jornal "DIÁRIO DA AMAZÔNIA", Ex-presidente do SINJOR, Carlos Sperança Neto é colaborador do Quenoticias.com.br. E-mail: csperanca@enter-net.com.br