Pedro Sánchez diz que não renuncia, mesmo com denúncias contra a mulher

Uma imagem de uma tela de TV tirada em 29 de abril de 2024 em Madrid mostra o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, anunciando que permanecerá como primeiro-ministro - (crédito: Thomas COEX / AFP)
Lisboa — Depois de cinco dias de suspense, o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, anunciou que continuará no cargo. Ele havia levantado a possibilidade de renunciar de suas funções devido a um escândalo envolvendo a mulher dele, Begoña Gómes. Ela é acusada de tráfico de influência e corrupção. Na manhã desta segunda-feira (29/4), o político, do Partido Socialista (Psoe), disse que continuará à frente do país “com mais força, se possível”, e convocou os espanhóis a fazerem uma mobilização social contra o que chamou de “política da vergonha”, em que grupos radicais usam a difamação contra adversários.
“Esta não é uma questão ideológica, estamos falando de respeito, de dignidade. Por isso, vamos trabalhar com firmeza e segurança na regeneração da nossa democracia e pela consolidação dos direitos e liberdades. Mostraremos ao mundo como se defende a democracia”, afirmou Sánchez. Segundo ele, é preciso mostrar uma “intransigência incondicional” contra os que atentam às instituições democrática. O socialista se comprometeu, ainda, a provar a desmontar todas as denúncias contra a mulher dele. O caso foi arquivado pelo Ministério Público, mas as polêmicas continuam.
O primeiro-ministro, que também exerce o cargo de presidente da Espanha, ressaltou que usou os últimos cinco dias para refletir se continuaria nas funções ou se renunciaria. “Há vezes em que a única forma de avançar é parar, refletir e decidir com clareza por onde queremos continuar”, frisou. Mas acrescentou que não cederia: “Se, como sociedade, aceitarmos que a ação política permita o ataque indiscriminado a pessoas inocentes, então não vale a pena. Se consentimentos que a disputa partidária consiste num exercício de ódio e de divulgação de falsidades sobre terceiras pessoas, então não vale a pena. Se permitimos que as mentiras mais grosseiras substituam o debate respeitoso e racional, então não vale a pena. Não há cargo que justifique o sofrimento injusto das pessoas de que mais gostamos”.