Obras da rede de esgoto da cidade de Ariquemes podem ser paralisadas

O cronograma das obras da rede de esgoto da cidade já está atrasado, por conta dos desacertos da concessionária Águas de Ariquemes e recentemente a polêmica, também, está na localização das estações de elevação e tratamento, com interesses divergentes de empresários que podem paralisar todos os trabalhos.
No projeto original a estação de tratamento de esgoto (ETE) ficava do outro lado da BR-364, próxima ao Rio Jamari. Por interesse do dono da área que adquiriu a área depois do projeto de esgoto aprovado na cidade, a ETE foi deslocada, com a graça do executivo municipal na época, desconsiderando o aumento nos custos da obra, bancados, no final das contas, pela municipalidade.
Com a nova administração do prefeito Thiago Flores (PSL), voltou para o local original, mas o proprietário da área quer indenização com valores aviltantes. Aí a discussão não para. Atrasa as obras. A área já foi declarada de utilidade pública (decreto 14.680 de 27/09/2018) e até agora a prefeitura não deu andamento à sua efetiva desapropriação. E, segundo o que falam, tem vereadores defendendo o pleito, o que pode haver impactos de ordem econômica no projeto.
Quanto a estação de elevação (EEE) esta está locada no setor de Grandes Áreas/Industrial próximo a Br-364 e vai ser vizinha às empresas que há anos estão instadas no setor e próxima ao curso d’água que capta boa parte da água fluvial da cidade e que já rompeu o asfalto da Br-364.
E a briga aí é com uma empresa de refrigerantes e água mineral, tradicional na cidade, onde seus produtos são distribuídos em todos os municípios de Rondônia e exportados para estados vizinhos, e o proprietário alega que terá altos prejuízos e riscos devido a empresa captar água subterrânea para fabricação de seus produtos e o mau cheiro da estação de elevação afetará toda a localidade e também dezenas de funcionários da empresa.
Segundo o falado na reunião dos vereadores, na “sala fria” da Câmara de Vereadores, nesta semana, nem a prefeitura e nem a concessionária Águas de Ariquemes, fizeram os estudos necessários para análise de todos os pontos controversos do projeto e com base na falta destes estudos e os aspectos negativos da implantação da EEE no local possa trazer para a vizinhança, pode estar aí elementos jurídicos para paralisar as obras por um longo tempo.
Para complicar ainda mais, a empresa Águas de Ariquemes, além de estar atrasada no cronograma das obras, tanto de esgoto como de água, ainda não concluiu a contratação do financiamento junto à Caixa Econômica Federal. E a Câmara de Vereadores está dando mais uma ajudinha, ao instalar a Comissão Especial de Inquérito par apurar “não se sabe o que e nem porquê”.
Nesse quadro de obra atrasada, financiamento não contratado, impasse na liberação de áreas para as obras das estações de tratamento e elevação da rede de esgoto, vereadores com comissão especial de inquérito, estará salva a empresa Águas de Ariquemes, se os empresários afetados entrarem com demanda jurídica que emperre o andamento do projeto. E o que terceiros falam, “já houve esse pedido”.
Só o pulso firme do executivo municipal, tomando pra si a condução maior e direta do projeto, acabando com “mi mi” dos vereadores e sabendo separar o joio do trigo dos empresários e exigir cumprimento do contrato pela concessionária é que se conseguirá em 5 anos a cidade ter 50% da rede de esgoto implantada e operando.