O grande desafio + Terras caídas + Bala de prata + Segunda onda
O grande desafio
Lançado em Porto Velho, inicialmente o lockdow ficou no meio termo, meio recauchutado, meio fajuto, meio em cima do muro, meio diferente dos bloqueios realizados em outros países atingidos duramente pelo coronavirus. Mas a correção de rumos foi rápida e deverá trazer bons resultados. Deter a peste, ainda ascendente, com números terríveis, é um grande desafio para as autoridades sanitárias numa capital arredia ao cumprimento de normas, com uma população festeira, desobediente e desunida.
Não bastasse, mesmo na busca de um consenso, inicialmente o governador Marcos Rocha e o prefeito Hildon Chaves não entraram num acordo. A corrente liderada pelo prefeito tucano defendia um lockdow por inteiro, bloqueando tudo, para então conseguir reduzir a curva ascendente da doença. O governador Marcos Rocha e a maioria dos empresários optavam por um bloqueio parcial, com alguma coisa funcionando, correndo o risco de não resolver a coisa.
Entendo que se medidas rígidas fossem tomadas no início da peste, como reiterou o prefeito Hildon Chaves no encontro do CPA no último final de semana, já estaríamos sando da quarentena. O afrouxamento redundou nisto que estamos vendo: desmobilização, desobediência, a pandemia tomando conta, o Tonhão superlotado de novos defuntos que chegam sem parar em covas recém-abertas.
Se para efeito de opinião pública, o governador Marcos Rocha e o prefeito Hilton Chaves parecem unidos no combate a doença, nos bastidores, rochistas fustigam o prefeito tucano dizendo que até agora ele não arrumou um único leito para atender os infectados. De outro lado, o secretário da saúde estadual Fernando Máximo é tido como prefeiturável e por isto leva cacete dobrado nos bastidores. E durma-se com um barulho destes.
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Terras caídas
Com o abrupto recuo das águas do Rio Madeira na região de Porto Velho – já desceu mais de dez metros neste início do verão – surge a preocupação da Marinha com o fenômeno das terras caídas. Os desbarrancamentos nas margens do madeirão já tem provocado acidentes nas comunidades ribeirinhas envolvendo embarcações e pescadores e por isto as autoridades estão alertando, além dos distritos, a população dos bairros situados as margens do rio na capital.
Bala de prata
À medida que a Covid-19 deixa de ser uma novidade e a espera pela bala de prata contra o vírus – uma vacina eficaz – ainda está no campo da eliminação de erros nos grandes laboratórios e centros de produção científica, a Amazônia recupera o topo das preocupações mundiais. Mas já existem pelo planeta afora várias experiências adiantadas e a esperança é grande na busca de uma solução.
Efeito devastador
O Papa Francisco tratou de juntar os dois principais temas que assustam a humanidade num só: ao retomar a tradicional oração dominical após três meses de quarentena, o líder católico manifestou preocupação com os índios da Amazônia e com a pandemia, lamentando seu efeito devastador sobre os povos da floresta. A igreja desenvolve campanhas de arrecadação de alimentos para os vulneráveis em todo o Brasil.
Segunda onda
A tendência do coronavirus se manter na atenção mundial está no fenômeno da segunda onda, que só deixará de ser assustadora se a vacina correta for enfim encontrada. As nações que achataram a curva do contágio e diminuíram a pressão sobre a estrutura de saúde dão sinais de recaída na infestação, ainda que mitigada e mais fácil de controlar, como na China e Coreia do Sul. Na gripe espanhola, uma espécie de tataravó do covid-19, tivemos a segunda e terceira ondas matando milhões.
Grande sucesso
No mais, o cenário mundial já indica o crescimento da Amazônia no topo das atenções. No lado negativo, pelo desmatamento sem controle. No positivo, pelo fenômeno do café, que em Rondônia progride no ritmo de 400% que seria desejável para o país: desde o início do milênio, pulou de oito sacas por hectare para até 180, segundo a Embrapa. Em suma, uma ação de sucesso inquestionável contra o desmatamento.
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Via Direta
*** O coronavirus campeia pelos presídios rondonienses. Só no Araruna, em Porto Velho, 13 detentos foram contaminados e alguns foram liberados para tratamento médico *** Tesati se despediu da EMDUR garantindo a iluminação da ponte sobre o Rio Madeira. Ele é cotado para disputar o cargo de vice na chapa do prefeito Hildon Chaves a reeleição no final de ano *** As convenções municipais dos partidos serão virtuais em julho e agosto sem aquelas festas tradicionalmente realizadas pelos políticos na homologação dos candidatos a prefeito, vice e vereadores *** Coisa mais sem graça, torcida brasileira *** Além da Assembleia Legislativa outros focos do coronavirus foram desinfetados: agências bancárias, aeroporto e até a secretaria municipal da fazenda.
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POLITICA & POLÍTICOS (CARLOS SPERANÇA)
Colunista político do Jornal "DIÁRIO DA AMAZÔNIA", Ex-presidente do SINJOR, Carlos Sperança Neto é colaborador do Quenoticias.com.br. E-mail: csperanca@enter-net.com.br