Linha Direta volta ao ar com caso Eloá e crítica à cobertura de Sonia Abrão; entenda

O programa "Linha Direta", que foi muito popular na década de 1990, retornou à grade da Globo nesta quinta-feira (5). Em sua nova versão, a atração é apresentada pelo jornalista Pedro Bial, cargo que no passado foi ocupado por Marcelo Resende.
A história escolhida para a retomada do Linha Direta foi o caso Eloá, jovem que foi sequestrada pelo ex-namorado Lindemberg Alves, e feita de refém.
Uma das abordagens do programa foi a cobertura desastrosa de parte da imprensa – inclusive com crítica à própria Globo -, com destaque para a jornalista Sonia Abrão, que não foi citada diretamente, mas apenas em contexto, que foi o suficiente para os internautas a identificarem.
Mas qual é a relação de Sonia Abrão com o caso Eloá?
Em entrevista a Pedro Bial, o promotor de Justiça Antonio Nobre Folgado citou a cobertura de Sonia Abrão como fator determinante para atrapalhar as negociações com o sequestrador.
"Chegou um momento em que uma apresentadora de televisão se colocou na posição de negociadora. Ela começou a negociar, interrompendo a negociação da polícia. Não sei se você sabe, mas nesse dia, no dia 15 à tarde, havia um acordo feito entre o capitão do Gate, o irmão de Eloá, e o próprio Lindemberg para ele se render", disse Folgado.
Porém, ao perceber que estava ao vivo na televisão, Lindemberg resolve esticar a situação. "Pouco tempo depois entra essa apresentadora e tenta resolver ela própria a situação. O Lindemberg percebe que está ao vivo para o Brasil inteiro e ele resolve prolongar essa situação, porque ele era o centro das atenções", explica.
O caso Eloá, ocorrido em outubro de 2008, parou o Brasil e o sequestro durou cinco dias, que terminou de forma trágica com o assassinato da garota pelas mãos do ex-namorado Lindemberg.
Assim como na época do assassinato de Eloá, a opinião pública se revoltou com a postura da jornalista Sonia Abrão na cobertura sobre o caso.
Lindemberg foi julgado em 2012 e condenados a 98 anos e 10 meses de prisão pelo assassinato de Eloá, que tinha 15 anos. Mas, em 2013 teve a sua pena reduzida para 39 anos. Em 2021 obteve o direito ao regime semiaberto.
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