Governadores do Norte e Nordeste com pires na mão
À medida que se aproxima a posse dos novos governantes impõe-se como urgente uma firme atenção à realidade, sem fantasiar sonhos irrealizáveis. É preciso arquivar as dissensões eleitorais, evitar desmoralizantes teorias da conspiração e revelar as duas mais honrosas capacidades de líderes: praticar a boa política e governar para todos.
Na mesma medida, cabe ao Legislativo legislar, sem se intrometer nos assuntos do Executivo nem virar tribunal. Ao Judiciário, cumpre reduzir o ímpeto de legislar ou interferir nas ações do Executivo além dos limites impostos pela Constituição.
O presidente do STF, Dias Toffoli, reconheceu que nos últimos anos o Judiciário predominou sobre os demais poderes. Atribuiu corretamente esse fato à realidade brasileira, argumento que ninguém poderá contestar, e chamou os juízes a “se recolher” depois de findo o processo eleitoral.
Dois fatores ao menos que impedirão o desejável recolhimento: primeiro, a realidade brasileira não tem origem eleitoral – o medo e o desespero resultam dos atrapalhos da economia que ainda permanecem. Segundo, a polarização ainda vai exigir muita decisão judicial.
No caso da feroz disputa pelas terras amazônicas, o Executivo corta gastos e até pretende abrir mão de multas e o Legislativo já fez as leis necessárias. A Justiça não tem como se recolher.
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Toma lá…
Mesmo bem intencionado, o presidente eleito Jair Bolsonaro não vai conseguir se afastar inteiramente da velha prática da política do toma lá, dá cá. O primeiro indício é o apoio anunciado do MDB através do cacique Romero Juca, partido que com o PT de Lula e Dilma enterraram o País. O MDB não elege presidente, mas esta no poder há quase três décadas e é protagonista da Lava Jato.
….Dá cá!
O segundo indício da prática de negociações políticas que prejudicaram o país nos últimos anos é o aumento de 15 ministérios prometidos na campanha – para 22 e já se pensa em esticar mais um pouco depois dos recentes colóquios com alguns partidos que detém bancadas importantes no Congresso Nacional. As bancadas da Bala e Ruralista já têm seus representantes indicados.
Reféns da ALE
Em Rondônia, o cenário de negociações também não deve ser diferente. Sucessivos governos estaduais foram reféns da Assembleia Legislativa, que em troca de apoio indicam cargos importantes, desde o DER até a saúde. Portanto, para Marcos Rocha contar com maioria segura na Assembleia Legislativa vai ter que ceder espaço aos deputados estaduais famintos por cargos e negócios.
As suplementares
De tanto recorrer às instâncias superiores, o prefeito afastado de Rolim de Moura, Luizão do Trento conseguiu suspender as eleições suplementares do próximo domingo, dia 9, e retornar ao cargo. Não será surpresa se a prefeita cassada de Pimenta Bueno Juliana Roque obter o mesmo resultado e voltar ao Paço Municipal. Lá já existe uma tradição de idas e vindas ao cargo desde a década de 90.
Pires na mão
Com pires na mão, os governadores do Norte e Nordeste acorreram à Brasília em busca de recursos. A situação dos estados e municípios tem se agravado nos últimos anos, com a concentração do bolo tributário pela União e pela renitente má gestão em estados considerados ricos como o RJ MG e RGS. No Nordeste, pelo menos três estados padecem as agruras, no Norte temos o caos na saúde e na segurança.
Via Direta
*** Os ribeirinhos de Porto Velho já estão de orelha em pé com o súbito aumento do nível do Rio Madeira e o fenômeno das terras caídas neste início de inverno amazônico *** Nem começaram as definições políticas sucessórias para 2020 e o prefeito Hildon Chaves (PSDB) já é alvo de sabotagens oposicionistas. Coisa de louco! *** É um comportamento típico na capital e alcaides anteriores também penaram com isto *** A Conexão Miami, com mafiosos rondonienses no meio esta estourando…
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POLITICA & POLÍTICOS (CARLOS SPERANÇA)
Colunista político do Jornal "DIÁRIO DA AMAZÔNIA", Ex-presidente do SINJOR, Carlos Sperança Neto é colaborador do Quenoticias.com.br. E-mail: csperanca@enter-net.com.br