Berro do boi + Disputa sangrenta + Jogo de estratégia + Repondo estoques
Berro do boi
O professor ensinava na escola que do boi tudo se aproveita, menos o berro. Um aluno gaiato sempre dizia que até o berro se aproveita – para fazer buzina. Atualmente gravações de berros bovinos são usadas, além da buzina, em propaganda, filmes, séries, novelas e brincadeiras de WhatsApp.
Se o professor perguntasse o que se aproveita da Amazônia, a classe toda responderia que, a exemplo do boi, tudo é aproveitável. Até as trovoadas, para anunciar as chuvas. No entanto, se no boi nada é desperdiçado, na grande floresta há muitas perdas e ganhos escassos com itens que poderiam render muito mais. Há, por exemplo, o caso do gás, abordado com riqueza de dados no estudo “Biogás na Amazônia: energia para mover a bioeconomia”, elaborado pelo Instituto Escolhas em parceria com o CIBiogás. O aproveitamento desses recursos teria evitado o dramático apagão acontecido no Amapá.
A geração de biogás pelo manejo adequado de materiais orgânicos será mais um bom um fruto do desenvolvimento da bioeconomia na região. Ótima informação contida no estudo é que só resíduos sólidos urbanos e restos da piscicultura em Rondônia, Amazonas, Amapá e Roraima dariam 136 milhões de m³ de biogás ao ano, gerando energia para 429 mil pessoas em 107 mil residências. Sem receber o devido valor, será sempre um berro de boi, item que não se imagina capaz de produzir ganhos.
Um exemplo
E de conhecimento geral que a Câmara de Vereadores de Porto Velho nunca deu bons exemplos, ao contrário, pois reelege pilantras com boas votações. Mas nesta legislatura a casa de leis, ao contrário de tantas outras, não reajustou os vencimentos dos vereadores, do prefeito e vice-prefeito de Porto Velho. Se quisessem poderiam fazer isto, pois é uma medida legal. Já, São Paulo aumentou em 46 por cento os salários do prefeito Bruno Covas, vice e dos seus vereadores. Puro desgaste em tempos de pandemia.
Repondo estoques
Em vista de uma limpa de telhas de fibrocimento e de barro, de pisos e outros insumos para a construção civil em Porto Velho, as casas do ramo da capital estão renovando os estoques, com muitas carretas lotadas de materiais chegando oriundas de Santa Catarina e São Paulo, além das cerâmicas do interior que abastecem a capital com telhas de barro se reforçando. Evidentemente que as novas cargas já desembarcam com novos preços. Com isso, o custo da construção civil deverá encarecer neste 2021.
Disputa sangrenta
Segue a sangrenta disputa entre as facções criminosas pelos pontos de vendas de drogas em porto Velho. Principal palco das disputas, os conjuntos habitacionais Orgulho do Madeira, Morar Melhor e Cristal da Calama, onde já teve até cabeças decepadas, estão dominados e causando grande terror para suas populações. A consequência das pelejas pelas drogas é a mortandade de jovens. Todo final de semana temos corpos estendidos pelo chão. É uma terra sem lei.
Ecos da eleição
Sejamos francos: o prefeito Hildon Chaves não teve aquela vitória de lamber os beiços na sua peleja pela reeleição. Perdeu para os votos da abstenção e o Ibope estimava que botaria poeira com 20 por cento de diferença em cima de Cristiane, o que não se confirmou, a vitória ocorreu por menos da metade. Os adversários de peso ficaram de fora e só sobraram cabaços e inspetores de quarteirão para a contenda. Mas não deixou de ser uma façanha, já que no segundo turno enfrentou a união dos postulantes oposicionistas.
Jogo de estratégia
Mas é preciso reconhecer que Hildon Chaves, um estreante na política em 2016 aprendeu as lições, virou um raposinha e já começa sua jornada na capital em busca do Palácio Rio Madeira com excelente jogo de estratégia. Acertou na prioridade para 2021 (saneamento básico, agua, esgoto, combate as alagações). É um bom jardineiro também, as peças de folhagens instaladas na Avenida Nações Unidas estão deixando boa impressão. Seu marketing acertando tudo em cheio.
Via Direta
*** As construtoras festejaram a venda de milhares de imóveis no litoral catarinense em 2020 *** A região de Camboriú, por exemplo, arrasou. E por lá estão em andamento os maiores edifícios do Brasil ***O coronavirus foi intenso nos meios jornalísticos rondonienses que tiveram grandes perdas em Porto Velho durante 2020 *** Por isto, de barbas de molho, estou na minha toca, como um coelho assustado, seja pela idade, pela pressão alta e diabetes *** O Novo Plano Diretor de Porto Velho vai ordenar a expansão urbana direcionada ao setor chacareiro e aos loteamentos instalados a margem esquerda do rio Madeira *** O desafio será a regularização fundiária dos loteamentos clandestinos nos próximos anos.
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POLITICA & POLÍTICOS (CARLOS SPERANÇA)
Colunista político do Jornal "DIÁRIO DA AMAZÔNIA", Ex-presidente do SINJOR, Carlos Sperança Neto é colaborador do Quenoticias.com.br. E-mail: csperanca@enter-net.com.br