Ação e omissão + Bolsobaro, o mais amado + Quatro pretendentes + Pão da boca
Ação e omissão
Os brasileiros demoraram a perceber que a gripezinha foi a origem de uma epidemia inédita, com alta letalidade e dramáticos efeitos colaterais. Com a ação dos governadores e prefeitos impedindo o mal de se alastrar e a providência do governo federal de usar a magnífica rede do SUS para levar a vacina a todo o país as perdas humanas, embora acentuadas, ficaram abaixo de um milhão de mortos, tal como nos EUA.
Um dos fatores que retardam ações eficazes de saúde pública é o pensamento mágico, crença em que basta pensar na inexistência do mal para ele desaparecer, distorção do conceito de fé, a ilusão de que basta crer e cruzar os braços para o melhor acontecer. A fé é positiva e consiste na base de ação, enquanto a crendice é omissa. Deixa de aplicar as soluções necessárias com base na crença irracional de que as coisas se resolvem só por não ser pensadas. É a tática da avestruz medrosa, que novamente acontece no caso da varíola dos macacos.
Pensar que ela só causará danos em animais é tão ruim quanto supor uma cepa desconhecida como causadora de uma simples gripe. A monkeypox comprovadamente afeta seres humanos desde 1970, mas não houve cuidados com a prevenção e há pouco virou emergência sanitária global. A ignorância e o descuido fazem muito mais mal à saúde que fumar. Fé sem ação é ilusão e a magia só funciona em ficção. A realidade exige ação.
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O mais amado
É intensa a disputa, e isto ocorre entre dentadas, patadas e ferroadas, entre os candidatos bolsonaristas ao governo de Rondônia pelas bênçãos do presidente Jair Bolsonaro nas eleições em Rondônia. Aí o cara-pálida leitor deste Diário e o internauta da rede de jornais eletrônicos no estado e ouvintes de tantas emissoras de rádio onde esta coluna é reproduzida, se perguntam: qual é o motivo de tanto apego, amor, chamego e idolatria ao presidente Jair Messias? Ora, neste momento, Rondônia é o estado mais bolsonarista do País sendo o terceiro com maior população de evangélicos proporcionalmente e é neste segmento onde o mandatário viceja.
Quatro pretendentes
São quatro pretendentes ao apoio do presidente Jair Bolsonaro em Rondônia. O governador Marcos Rocha (União Brasil), o senador Marcos Rogério (PL), o ex-governador Ivo Cassol (PP) e o deputado federal Leo Moraes (Podemos).Trata-se de um vespeiro dos infernos e Rondônia e o único estado com tantos candidatos bolsonaristas, uma situação difícil de administrar. Havendo bom senso, o presidente anuncia neutralidade já que os envolvidos tendem a intensificar uma guerra pior que aquela na Ucrânia nas próximas semanas.
A situação atual
Vejam como está a situação dos candidatos governistas na busca do apoio do presidente. 1- O governador Marcos Rocha é amigo dos tempos de caserna de Bolsonaro e lhe apoiou incondicionalmente na eleição passada desde o início, quando Jair Messias ainda era um desconhecido 2- O senador Marcos Rogério tem sido o grande defensor do presidente no Congresso Nacional com fidelidade canina ao Palácio do Planalto. 3- Ivo Cassol: grande amigo de Bolsonaro nos tempos de Congresso Nacional quando ambos eram do PP. Jair quando deputado federal e Cassol como Senador. Ambos são rudes, autoritários e bocudos. 4- Leo Moraes: é o que tem menos chances de angariar a benção presidencial.
É o cara!
O senador Marcos Rogerio queria ser ministro, chegou a negociar um acordo neste sentido e levou um pé do presidente Bolsonaro e seus filhos. Então tentou ser líder do governo no Congresso levou outro pé da família Bolsonaro. Lambeu as feridas e de pé em pé chegou a anunciar sua candidatura ao governo de Rondônia, desprestigiado, patinho feio sem direito até a indicar seu candidato ao Senado predileto, por aqui, que era Expedito Junior. Mas pense num cara com uma estrela absurda, com mais sorte do que o Palmeiras: se tornou o candidato com maior identificação com o bolsonarismo em todo estado, e mesmo não querendo, se livrou de Expedito melhorando sua situação na capital.
Pão da boca
Neste momento apenas Ivo Cassol ameaça tirar o pão da boca de Marcos Rogério, pois não depende tanto do bolsonarismo para criar asas. Tirando Ivo do caminho, a estrada estará toda pavimentada para o senador da capital da BR garantir uma vaga pra o segundo turno e devorar a bocanhadas os adversários. Cassol, Marcos Rocha e Leo Moraes podem implorar pela neutralidade do presidente em Rondônia, mas os bolsonaristas raiz no interior já estão fechando com o pavãozinho. Vamos ver se a evolução dos concorrentes pode mudar este cenário, num estado tão sujeito a reviravoltas.
Via Direta
*** Com a contagem regressiva para o registro das candidaturas aos cargos eletivos na eleição de outubro quase no fim, todo mundo se agitando para eventuais trocas nas nominatas cujo prazo se encerra nesta segunda-feira, dia 15 *** Dois fujões no debate da Bandeirantes na quinta-feira, o ex-governador Ivo Cassol e o atual governador Marcos Rocha e cada um com suas motivações *** Cassol alegando compromisso inadiável em Brasília, Rocha porque sabia que seria esculachado pelos opositores e não deu mole aos adversários *** Com os rios e igarapés secando e os focos de incêndio aumentando toda região amazônica padece com forte estiagem. Rondônia assiste o nível do Rio Madeira caindo assustadoramente nesta temporada *** De Porto Velho a Humaitá grandes bancos de areia as chamadas praias de “arroto”;
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POLITICA & POLÍTICOS (CARLOS SPERANÇA)
Colunista político do Jornal "DIÁRIO DA AMAZÔNIA", Ex-presidente do SINJOR, Carlos Sperança Neto é colaborador do Quenoticias.com.br. E-mail: csperanca@enter-net.com.br