A cobrança dos secretários de fazenda dos estados e as estimativas furadas
A região estratégica
O 25º Fórum de Governadores da Amazônia Legal tratou basicamente dos mesmos assuntos centrais das edições anteriores, mas não correu o risco de cair na mesmice porque a jornada apresentou uma diferença importante em relação às anteriores: teve como peça de resistência a 1ª Assembleia Geral dos Governadores, no Palácio dos Paiaguás, em Cuiabá (MT).
A carta restante do conclave, nesse caso, além de reforçar entendimentos já conhecidos procurou ser objetiva, deixando à mostra a preocupação com a necessidade de articular os estados para uma ação mais conclusiva no tocante aos encalacrados problemas fundiários, danos ambientais e crimes de toda ordem – mesmo porque as questões de posse da terra e delinquências ligadas à destruição ambiental estão intimamente ligadas.
Assunto da época, a Carta de Cuiabá focou a próxima realização da Cúpula da Amazônia, prevista para agosto, em Belém, que vai reunir os líderes dos países da Pan-Amazônia e membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA): Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana e Suriname. Além disso, provavelmente o tema de maior destaque da 1ª Assembleia Geral dos governadores foi um recado transmitido não apenas aos povos dos estados amazônicos, mas a todo o Brasil: a necessidade de tratar a Amazônia como região estratégica para o país “em todas as suas esferas”.
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Nas capitais
Vários prefeitos concorrendo a reeleição nas capitais brasileiras, com gestões bem avaliadas, largam na frente dos adversários nas eleições do ano que vem e está situação seria a mesma em Porto Velho caso o atual prefeito Hildon Chaves pudesse disputar mais uma reeleição. Eduardo Paes (Rio de Janeiro), Bruno Reis (Salvador), Sebastião Melo (Porto Alegre) são alguns casos que projetam favoritismo. Tratando-se de Porto Velho, com eleições em dois turnos – as muitas candidaturas dividem o eleitorado- tudo pode acontecer numa cidade já tão acostumada com reviravoltas de última hora.
No interior
Já no interior do estado de Rondônia, onde nenhum município conta com eleições em dois turnos, os atuais prefeitos, onde a oposição é muito dividida, os atuais alcaides largam com vantagem e a não ser que ocorra algum escândalo tamanho família para caírem do cavalo. São os casos de favoritismo de Carla Redano (Ariquemes), Esaú Fonseca (Ji-Paraná), Fúria (Cacoal). Já, em Vilhena, Flori Cordeiro tem o clã Donadon no seu pé. Da família já foram eleitos pelo menos três prefeitos, um deputado federal e dois estaduais e volta e meia dinastia volta ao Palácio dos Parecis.
A cobrança
Os secretários de fazenda dos estados cobraram na semana passada em Brasília alterações na reforma tributária que extingue a guerra fiscal nos estados. São unanimes em pedir o aumento dos repasses para o Fundo de Desenvolvimento Regional para os governos estaduais dos atuais R$ 40 bilhões aos desejados R$ 75 bilhões para cobrir suas necessidades. Embora com sua situação financeira privilegiada diante de estados combalidos nas finanças como o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul, Rondônia também exige seu quinhão na reforma tributária e a bancada federal está atenta aos desdobramentos com o projeto.
Estimativas furadas
O censo oficial 2022 do IBGE, só concluído recentemente, mostrou o quanto as estimativas demográficas do Brasil estavam furadas. No caso do País, se estimavam 2013 milhões de habitantes e só apareceram 203 milhões. Vejam o caso de Rondônia, para Porto Velho eram estimados 535 mil habitantes e só foram contabilizados 460 mil, um déficit de 75 mil. No caso de Rondônia também tivemos acertos, já que toda as estimativas projetavam muitos municípios perdendo habitantes, caso de Ministro Andreazza, na região do café, o mais prejudicado, perdendo quase a metade da sua população.
Os reflexos
Ainda falando em termos censitários sobre Rondônia, a alta taxa de crescimento de Vilhena (em torno de 26 por cento na década) projeta o município ultrapassando Ariquemes (a diferença é de 1000 habitantes) nos próximos dois anos e já disputando com Ji-Paraná ao final da década a posição de terceiro município mais populoso do estado. Poderoso no agronegócio, e polo regional do sul rondoniense e do extremo norte mato-grossense, Vilhena tem o melhor clima da Amazonia e se transformou num polo interestadual de prestação de serviços, da saúde a educação.
Via Direta
*** Com o verão amazônico começa finalmente a recuperação das pontes que desabaram na estação das chuvas e das estradas
vicinais em Porto Velho *** Na área urbana anunciado um novo programa de pavimentação atingindo mais de 50 ruas em vários bairros *** Embora sem divulgação de números oficiais a pandemia de covid apresenta uma nova cepa em Rondônia e na capital foram constatados novos casos doença, mas com sintomas mais leves *** O senador Lucas Barreto (PSD-AP) cobrou n Congresso Nacional a transposição dos servidores dos ex-territórios de Roraima, Amapá e Rondônia *** A novela ainda vai longe e muito servidores ainda aguardam a sonhada transposição para os quadros da União.
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POLITICA & POLÍTICOS (CARLOS SPERANÇA)
Colunista político do Jornal "DIÁRIO DA AMAZÔNIA", Ex-presidente do SINJOR, Carlos Sperança Neto é colaborador do Quenoticias.com.br. E-mail: csperanca@enter-net.com.br