Ucrânia reivindica ataque contra 'ferry' e navio na Crimeia

O exército ucraniano divulgou que atacou na madrugada desta sexta-feira um 'ferry' no porto de Kerch, na Crimeia, e um navio perto da cidade de Chornomorske, na parte ocidental da península anexada pelas autoridades russas.
"Foi um ataque noturno na Crimeia", anunciou Sergey Bratchuk, porta-voz do comando sul do Exército ucraniano, numa breve mensagem na rede social Telegram, na qual relatou danos no cais do porto de Kerch e num navio não especificado em Chornomorske.
Uma conta na plataforma Telegram, intitulado "Vento da Crimeia", confirmou hoje de manhã, com base em fontes do Exército ucraniano, que o cais de Kerch, na costa oriental da península, foi danificado e divulgou uma fotografia que mostra um incêndio na zona do porto.
De acordo com os meios de comunicação locais, os residentes de Sebastopol, Simferopol e Kerch ouviram explosões esta madrugada, e a ponte de Kerch, que liga a península ao território russo, foi encerrada ao trânsito durante algumas horas.
Além disso, o Ministério da Defesa russo afirmou que cinco 'drones' (aparelhos não tripulados) aéreos ucranianos e dois 'drones' marítimos foram destruídos durante a madrugada no Mar Negro, para além de 12 mísseis ATACMS sobre a península anexada da Crimeia.
O ministério acrescentou ainda, num comunicado, que "os helicópteros Mi-8 e Ka-29 da aviação naval da Frota do Mar Negro destruíram cinco aparelhos náuticos não tripulados" que se dirigiam para a península da Crimeia, território anexado em 2014.
Os habitantes da Crimeia relataram que fragmentos de um projétil caíram sobre uma casa em Kerch e provocaram pelo menos um ferido, de acordo com testemunhos publicados nas redes sociais.
As autoridades da península ainda não confirmaram as informações sobre as vítimas do ataque na Crimeia.
As informações divulgadas pelas duas partes sobre o curso da guerra não podem ser verificadas de imediato de forma independente.
Rússia reivindica captura de mais uma aldeia perto de Pokrovsk
Enquanto isso, a Rússia reivindicou a captura de uma aldeia a cerca de 15 quilómetros da cidade de Pokrovsk, um importante centro logístico no leste da Ucrânia.
"Graças às ações das unidades do grupo de tropas do centro, Segiivka (...) foi libertada", informou o Ministério da Defesa russo, na rede social Telegram.
Na quinta-feira, as forças russas tinham reivindicado a captura de uma outra aldeia neste setor, onde progrediram rapidamente desde a captura de Otcheretyne, no início de maio.
Estes avanços são um sinal de que a pressão não enfraquece na frente leste, apesar da ofensiva surpresa lançada a 6 de agosto pelo exército ucraniano na região russa de Kursk.
Embora esta ofensiva atraia muita atenção, a maior parte dos combates continua a ter lugar nas regiões da Ucrânia de Donetsk e Lugansk, onde as tropas russas continuam em vantagem.
A cidade de Pokrovsk - que tinha cerca de 61 mil habitantes antes do conflito -- encontra-se numa rota importante para os bastiões ucranianos de Chassiv Yar e Kostiantynivka.
Perante esta situação, as autoridades militares de Pokrovsk pediram aos civis para acelerarem a sua saída da localidade, alegando que o exército russo está rapidamente a aproximar-se do que tem sido durante meses um dos principais alvos de Moscovo.
As autoridades de Pokrovsk escreveram hoje na rede social Telegram que as tropas russas estão "a avançar a um ritmo acelerado" e que se encontram a apenas 10 quilómetros de distância.
"A cada dia que passa há cada vez menos tempo para recolher os bens pessoais e partir para regiões mais seguras", explicaram as autoridades, que referem o facto de 1.672 crianças ainda se encontrarem em zonas de risco.
Na quinta-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já tinha alertado para o facto de Pokrovsk e outras cidades próximas da região de Donetsk estarem a "enfrentar os mais intensos ataques russos".
"Os fornecimentos prioritários -- tudo o que é necessário -- estão a ser enviados para lá", assegurou o líder ucraniano, numa mensagem na rede social X.
As autoridades de Pokrovsk estão hoje a reunir-se com os residentes para fornecer detalhes logísticos sobre a retirada, tendo sido oferecido abrigo às pessoas no oeste da Ucrânia, onde serão alojadas em dormitórios e casas.