TSE abre canal direto com aplicativos para coibir ódio na campanha

24 de agosto de 2022 257

Tribunal Superior Eleitoral vai criar nos próximos dias um canal exclusivo de comunicação entre juízes eleitorais e as plataformas que operam redes sociais para agilizar a remoção de postagens que incitem a violência política ou promovam ataques à democracia e ao processo eleitoral durante a campanha.

A intenção é coibir com a maior rapidez possível a propagação de discurso de ódio e a incitação à violência nas redes e, ainda, preservar as postagens como provas para que possam ser utilizadas contra os autores das mensagens ou contra quem as repassou na internet e por meio de aplicativos.

Hoje, o TSE mantém um canal para receber denúncias contra práticas como a disseminação de notícias falsas, o uso de robôs nas plataformas e disparos de mensagens em massa. Essas denúncias são repassadas às plataformas parceiras da Corte, entre elas Twitter, TikTok, WhatsApp, Facebook, YouTube, Instagram e Kwai, que são responsáveis por avaliar se as práticas violam seus termos de uso e em seguida decidir se removem ou não o conteúdo.

A Corte presidida pelo ministro Alexandre de Moraes entende, porém, que os casos envolvendo postagens que incitam a violência política ou promovem ataques contra o processo eleitoral merecem maior atenção e uma resposta mais rápida da Justiça Eleitoral.

Há cerca de um mês, um grupo de trabalho foi criado para discutir medidas para enfrentar a violência política nas eleições e decidiu pela criação de um fluxo especial para esse tipo de denúncia, com um canal de comunicação exclusivo entre os juízes eleitorais e as plataformas.

De acordo com o modelo que está em fase final de elaboração, as denúncias recebidas pelo tribunal serão analisadas com prioridade por uma comissão interna, repassadas à Promotoria Eleitoral competente para que o juiz correspondente possa decidir rapidamente se o conteúdo deve ou não ser removido.

Para que a decisão seja cumprida com urgência, o próprio juiz enviará sua decisão para a plataforma onde o foi feita a postagem, por meio de um e-mail exclusivo, para que a empresa exclua o conteúdo da rede e o disponibilize à Justiça.

Fonte: METRÓPOLES/FÁBIO LEITE