Temor de recessão nos EUA faz bolsas caírem no mundo; Tóquio teve maior queda desde 2011

O temor de uma recessão nos Estados Unidos (EUA) fez as ações na Ásia, Oceania e Europa despencarem, assim como índices futuros das bolsas de Nova York, nesta segunda-feira (5). O fluxo de vendas foi tão volumoso que os circuit breakers foram acionados em bolsas de valores por toda a Ásia.
Queda nas bolsas
- No índice Nikkei 225, de Tóquio, a queda foi de 11,6% — índice não era visto desde a crise financeira global de 2011;
- No Topix, também na capital japonesa, os papéis despencaram mais de 7%;
- Os índices futuros das bolsas de Nova York caíram: – 3,7% na Nasdaq, – 1,8% na S&P e – 0,76% na Dow Jones;
- Em Taiwan, o índice Taiex despencou 5,7%;
- Em Hong Kong, o Hang Seng perdeu 2,1%;
- Na Austrália, o S&P/ASX200 recuou 1.3%;
- Na Coreia do Sul, o Kospi teve queda 3,4%.
- Na Europa, as ações abriram em baixa: CAC 40 da França (- 2,1%), IBEX da Espanha (- 2,8%) e FTSE 100 do Reino Unido (- 1,7%).
Números dos EUA
O movimento de recuo está relacionado à junção de dois fatores: os juros altos que visam conter a inflação nos EUA e a divulgação de dados fracos sobre geração de empregos última sexta-feira (2).
Ambos ampliaram o receio de recessão na maior economia do planeta, o que desencadeou uma grande aversão ao risco e apostas de que as taxas de juros terão que cair de modo acentuado e rapidamente para conter a inflação.
“Aumentamos nossas probabilidades de recessão em 12 meses em 10 pontos porcentuais para 25%”, disseram analistas do Goldman Sachs em nota, embora achassem que o perigo era limitado pelo grande escopo que o Fed tinha para aliviar a política.
Analistas do JPMorgan foram ainda mais pessimistas. Eles atribuíram uma probabilidade de 50% a uma recessão nos EUA. “Agora que o Fed parece estar materialmente atrás da curva, esperamos um corte de 50 pontos base na reunião de setembro, seguido por outro corte de 50 pontos base em novembro”, disse o economista Michael Feroli.