Superbactérias deverão chegar após a pandemia do novo coronavírus e situação pode agravar

A Organização Mundial da Saúde, OMS, alertou para a escassez de novos antibióticos devido à queda do investimento privado e à falta de inovação em sua produção. Em nota emitida em Genebra, a agência da ONU enfatizou que esta situação ameaça os esforços para conter bactérias resistentes aos medicamentos
Superbugs Segundo a OMS, dezenas de milhares de pessoas perdem a vida todos os anos devido a esta situação. A agência divulgou dois novos relatórios nesta sexta-feira destacando a existência de vários antibióticos eficazes. Para as agências, essa situação ilustra como o mundo está ficando sem possibilidades de combater os chamados superbactérias. De acordo com o Diretor Geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, “nunca houve uma ameaça de resistência antimicrobiana imediata ou a necessidade de soluções mais urgentes”. O representante lembrou as iniciativas em andamento para reduzir a resistência a esses medicamentos, mas disse que os países e a indústria farmacêutica precisam de co-financiamento sustentado e de novos medicamentos inovadores.
Produtos biológicos A Agência informou que estão sendo desenvolvidos 60 produtos, dos quais 50 são antibióticos e 10 são biológicos. No entanto, existem poucas vantagens sobre os tratamentos atuais e menos ações direcionadas a bactérias altamente resistentes. Para produtos que já estão nos estágios iniciais de teste, levará anos para que cheguem aos pacientes. A OMS aponta para o perigo de bactérias circulantes como Klebsiella pneumoniae e Escherichia coli. Esses medicamentos podem causar infecções graves e frequentemente fatais porque representam um risco específico para pessoas com um sistema imunológico fraco ou ainda não totalmente desenvolvido. Entre essas possíveis vítimas desta situação. Um problema reconhecido anos atrás como uma das maiores ameaças à saúde no mundo agora enfrenta uma pandemia. O resultado, como você pode imaginar, deve ser muito perturbador.
Pesquisadores e médicos atentos ao problema da resistência a bactérias e fungos acreditam que o uso desenfreado de antibióticos no tratamento da COVID-19 tornará o cenário atual ainda mais drástico, onde já faltam antibióticos capazes de combater certas doenças e microrganismos – que, por causa de alguns fatores demonstraram ser fortes e adequados para evitar esses medicamentos. A situação já antes da pandemia era preocupante: no cenário mais drástico, até 2050, a chamada resistência microbiana (doenças resistentes a antibióticos) poderia estar associada a 10 milhões de mortes por ano, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019. Agora se acredita que pelo menos 700.000 pessoas morrem a cada ano por causa dessa resistência microbiana. Muitos problemas comuns de saúde, como pneumonia e infecções do trato urinário, já são dificultados pela resistência. Existem também condições mais graves que são afetadas pelo problema, como a tuberculose multirresistente (com resistência pelo menos dois antibióticos, isoniazida e rifampicina).