SOMENTE A EMANCIPAÇÃO HUMANA PODERÁ NOS COLOCAR NO RUMO CORRETO

27 de outubro de 2023 162

NOS COLOCAR NO RUMO CORRETO

 


Antes havia o objetivo a ser buscado e consubstanciado numa sociedade sem classes sociais, sem estado, sem partidos e sem a forma valor: uma sociedade comunista

 

Perdemo-nos no caminho?  

O Estado, com suas tetas mesquinhas para quem dele participa e nele está inserido, passou a ser objetivo a ser preservado?  

O capitalismo de Estado, submisso à lógica ditatorial de reprodução do capital nas mãos concentradas do Estado e seus iluminados dirigentes, representam o caminho para a construção de uma sociedade comunista? 

A estatização de empresas estruturais do capitalismo na sociedade burguesa, e outras nem tanto, passou a ser princípio de programa consolidado e perpétuo da esquerda estatista? 

 

O sindicalismo de resultados, defensor do emprego que extrai mais-valia, como perpetuação de pretensa bandeira de luta heroica, passou a ser sinônimo de combatividade anticapitalista? 

O trabalho abstrato produtor de valor, categoria capitalista e fonte da acumulação do capital de quem o detém, deve ser incensado como bandeira perpétua - a foice e o martelo sobre um vermelho esmaecido que o diga? 

O partido trabalhista, ou pseudo comunista - igual o Chinês -, devem ser instituições perenizadas? 

A verticalidade do Estado burguês e a sua democracia burguesa, como contraponto ao nazifascismo, é um fim em si a ser preservado?  

A preservação da forma-mercadoria e suas compras e vendas no altar do mercado - a mão invisível de Adam Smith - é mecanismo a ser preservado, até mesmo numa sociedade estatal dita proletária? 

Aplaudir ou contemporizar o genocídio de civis com argumentos falaciosos que encobrem um sentimento inconfessado de pertencimento a blocos econômicos que se digladiam em busca de hegemonia capitalista, é justificável? 

Propor a retomada de desenvolvimento econômico diante da depressão capitalista mundial, do escravismo indireto do capital e sua conhecida concentração, agora mais concentrado que nunca, é bandeira emancipatória da humanidade?   

Escolher políticos social-democratas e suas conhecidas bandeiras civilizatórias nos costumes, mas conservadores no cerne da exploração capitalista, é caminho para uma tomada de consciência das transformações emancipatórias necessárias? 

Não, companheiros da esquerda institucional! Pensar a agir sob pressupostos acima elencados é trair o sentimento libertário e emancipacionista que nos engrandece! 

 

A conciliação política de classes e o medo de perdermos o que não temos, ou o pouco que se nos oferecem como forma de nos mantermos silentes, não deve servir como programa emancipatório da esquerda. 

Romper com os grilhões que nos acorrentam é medida histórica libertária que deve ser retomada, antes que sejamos extintos como espécie humana! 

Parece que propor princípios constitucionais fora da lógica de produção do valor e do processo democrático burguês passou a ser considerado como objetivo utópico ou até mesmo ingênuo. 

 Lutar, mesmo diante das atuais condições de dominações políticas, ideológicas, níveis elevados de inconsciência da grande maioria da sociedade sobre a natureza dos males de é vítima, passividade mantida pela lavagem cerebral sublinear midiática e conceitos equivocados adotados nos currículos educacionais que positivam o negativo, que provocam o embotamento do pensar, e o domínio opressor exercido pelo capital sobre as pessoas iludidas pelo fetichismo da mercadoria, mesmo na atual fase de depressão econômica, é postura que nos credenciará perante o povo sofrido e manipulado. 

As condições objetivas de vida social e as ameaças de autodestruição bélica e ecológica, pari passu ao aumento do enraizamento social do crime organizado diante da corrupção policial e impossível contenção estatal deste lamentável fenômeno - ainda outro dia explodiram as agressões dos milicianos no Rio de Janeiro, com dezenas de ônibus queimados -, além do crescimento da fome e da pobreza mundo afora, que já atinge até mesmo os países que antes se constituíam como ilhas de prosperidades e modelos a serem seguidos, insistem em demonstrar que ingênuo e irracional é continuarmos esperando que dê certo algo que se sabe de antemão que vai dar errado por se constituir como equação matemática irresolúvel: a vida social sob o capital no atual estágio das contradições dos seus próprios fundamentos. 

 

Sei que há uma diferença entre o que queremos e a possibilidade de fazermos; mas querer fazer já é caminho. Disse John Lennon certa vez, e corretamente, que se você quiser, a guerra acaba amanhã! 

 

Assim, a retoma de proposições que sirvam de norte referencial da esquerda, ainda que muitos considerem inexequíveis, devem ser feitas sem medo e como pressuposto revolucionário a ser colimado, ou pelo menos como norte referencial a ser alcançado e aperfeiçoado, que motive o querer, vez que saber aonde ir já é um começo da possibilidade de se trilhar o caminho para se chegar lá. 

Vamos em frente! (por Dalton Rosado)

 


 

 

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terça-feira, 24 de outubro de 2023

Milhares de trabalhadores das três fábricas da Chevrolet no Brasil receberam este lacônico comunicado no último sábado (21): 

"A queda nas vendas levou a General Motors a adequar seu quadro de empregados. Por isso, comunicamos que a empresa decidiu pela rescisão do seu contrato de trabalho"

Segundo o Sindicato de Metalúrgicos de São José dos Campos, foi com essa mensagem, enviada por telegrama, que milhares de trabalhadores das três fábricas da Chevrolet no país souberam de sua demissão.

É mentira cabeluda! Em 3º lugar no ranking de participação de mercado com 15,4% dos automóveis e comerciais leves, a GM vendeu mais carros entre janeiro e setembro deste ano (236.309 emplacamentos) do que no mesmo período de 2022 (203.671). 

Os direitistas adoram atribuir a desindustrialização em curso no Brasil à volta do PT ao poder. 

No entanto, como se vê, há mais patifarias entre o céu e a terra do que supõe sua vã demagogia. 

Quanto ao Lula, ele é o primeiro a sonhar com uma indústria automobilística florescente como a de seus tempos de dirigente sindical. 

E ainda não lhe caiu a ficha de que seria colocar o carro na frente dos bois, pois, enquanto não mudarmos a matriz energética substituindo o petróleo por energia limpa, isto faria avançar o ponteiro do relógio do fim da humanidade.

Existe outro porém, mais relevante ainda: o transporte individual se tornará cada dia mais inviável doravante. Para qualquer governo de esquerda digno deste nome, a prioridade máxima tem de ser, desde já, a melhora e humanização do transporte coletivo.

Quanto às montadoras, não existe justificativa nenhuma para que elas recebam estímulos e incentivos governamentais.  Aliás, a chantagem que fazem utilizando seus trabalhadores como se fossem reféns,  é  costumeira e... repulsiva!

De resto, há zilhões de maneiras de, com os recursos que lhes seriam entregues de mão beijada, gerarmos não só uma quantidade bem maior de vagas, como também de empregos adequados à economia do futuro não à do século passado.
Se ninguém avisar o nostálgico Lula que o mundo mudou um bocado, é bem capaz de ele seguir os passos do Itamar Franco, que tentou ressuscitar o fusca e substituir o asfalto pelos paralelepípedos nas cidades históricas, entre outras bizarrices. 

O certo é que, ao invés do carro individual (que, mesmo se deixar de ser poluente, continuará atravancando nossas ruas e avenidas), vamos precisar é de mais e melhores metrôs, trens, barcos, ônibus sustentáveis, motos movidas a hidrogênio e bicicletas, pois estes sim são compatíveis com a sociedade para a qual nos encaminhamos. (por Celso Lungaretti)

Fonte: CELSO LUNGARETTI
A VISÃO DEMOCRÁTICA (POR CELSO LUNGARETTI )