São vários cenários estão se desenhando para as eleições de 2026

12 de julho de 2025 66

AUTOFAGIA

Não há uma crise institucional instalada no estado em razão das desavenças entre o governador Marcos Rocha e o vice, Sérgio Gonçalves. O que estamos passando não é nada de novo na política estadual, uma vez que “racha” entre titular do executivo estadual e vice, em Rondônia, não é nenhuma novidade. Os governadores e vice-governadores Jerônimo Santana e Orestes Muniz, Valdir Raupp e Aparício de Carvalho, Ivo Cassol e Odaísa Fernandes divergiram publicamente e nem por isto o caos se instalou. O que vemos hoje, em Rondônia, é uma relação conflagrada entre titular e vice por razões tolas e que redundaram para um rompimento autofágico.

NORMALIDADE

Os poderes constitucionalmente constituídos no estado funcionam na mais tranquila normalidade e os ruídos do executivo estadual estão circunscritos em divergências pessoais entre Marcos Rocha e Sérgio Gonçalves. Como estamos ainda há um ano das eleições de fato, é possível que estas divergências sejam aplainadas com o decorrer do tempo e os ruídos daí emanados abafados. Quem perde com essa briga são os dois do ponto de vista político, mas não alcança as instituições e, geralmente, não afeta a administração estadual. Portanto, a normalidade institucional não é abalada.

MÚSCULO

Independente de uma retratação entre Rocha e Gonçalves, este cabeça chata nunca viu a candidatura do vice-governador com musculatura suficiente para vencer as eleições de 2026. Mesmo unidos, uma chapa com Sérgio e Rocha (governador e senador), não significa ser imbatível. Pelo contrário, a sina dos vices em Rondônia é naufragar para titularidade. Quem aposta que a máquina administrativa por si só seja suficiente para vencer as eleições estaduais, tem tudo para perder as fichas. João Kaúla que o diga. Os músculos eleitorais de Gonçalves são aparentemente frágeis, não lidera sequer um partido consistente para chamar de seu. Apesar de ser uma pessoa afável, seu perfil é de almofadinha. Não dá liga.

HESITAÇÃO

Todo o episódio terminou também desgastando Marcos Rocha: hesitou demais ao exonerar um assessor que ele próprio (Rocha) diz ser um traidor. Diz o adágio popular "quem hesita está perdido" e é uma expressão idiomática que reflete a ideia de que a ação leva ao sucesso, enquanto a dúvida e a demora em decidir podem levar à perda de oportunidades. Este vacilo do governador o expôs perante a população, uma vez que ninguém gosta de governos fracos.

PECHA

Ao que parece, Sérgio Gonçalves agiu de forma ingênua ao tentar articular com deputados estaduais a declaração de vacância do cargo de governador - devido a permanência de Marcos Rocha no exterior além dos quatorze dias dispostos na constituição estadual, para assumir definitivamente o Governo de Rondônia. Deu com os burros n’agua e ainda saiu com a pecha de traidor. Um tremendo problema para os planos de Sérgio, pois as pessoas adoram uma traição na política, mas odeiam o traidor.

INSOSSO

Ao cabo e ao fim, as candidaturas de Marcos Rocha ao Senado e de Sérgio Gonçalves a governador estão cada vez mais distantes. O primeiro porque é obrigado a renunciar em abril e entregar a máquina administrativa para um desafeto. O segundo, porque, sem a máquina, não terá atrativo nenhum para atrair ao seu projeto insosso os demais partidos.

CADAFALSO

Mesmo que Rocha e Gonçalves consigam disputar as eleições 2026, os reflexos dos desencontros deste ano atingirão seus projetos no ano que vem. Como este processo de decapitação foi precipitado desnecessariamente, o final deste ano vai ser infernal para os governistas com as pesquisas apontando os favoritos fora deste espectro, abrindo espaço para que o governo se esvaia antes de acabar. Ambos caminham a passos longos ao cadafalso eleitoral.

PODCAST

A entrevista que nosso Podcast fez com o governador Marcos Rocha revelou uma pessoa bem diferente do que falavam a este cabeça chata. Segundo relatos, o governador seria uma pessoa de difícil comunicação, tímido e arredio a entrevistas com âncoras independentes. Como nós. Mas o que vimos foi um Marcos Rocha desenvolto, leve e bem tranquilo. Foi a melhor entrevista desde a estreia do podcast. Embora os demais entrevistados, cada qual a seu jeito, deram conta do riscado. Marcos Rocha não se furtou em responder a todas as perguntas, inclusive as mais ácidas. E o fez com maestria.

PODERES

Gravamos a entrevista com Alex Redano, presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, que vai ao ar na próxima terça-feira. Com ele, o podcast Resenha Política completa este primeiro ciclo entrevistando todos os presidentes dos poderes estabelecidos em Rondônia.

GOLPE

Instado a falar sobre um suposto golpe jurídico e institucional para afastar o vice-governador abrindo para si a vaga sucessória da titularidade do governo, Redano desmentiu. Reconheceu que andaram falando sobre a possibilidade de forma especulativa, nada de concreto. A depender dele, nenhuma ação pessoal nesta direção golpista está em seus planos. No entanto, disse que está à disposição do estado para qualquer missão.

REELEIÇÃO

Alex Redano reafirmou que é candidato a reeleição de deputado estadual e não está em seu radar outra candidatura.  Em tom descontraído avisou a este cabeça chata que na política tudo é oportunidade, surgindo espaço para assumir o governo, aproveitará a oportunidade. Sem titubear. Portanto...

CENÁRIO

Vários cenários estão se desenhando para as eleições de 2026, o problema é que muda que nem nuvem. A maioria dos acordos firmados neste momento tende a ser desfeitos na medida que o ano termina. Todos conversam entre si, fazem as mais variadas propostas de fidelidade e fazem contas para não serem cumpridas. Na política quem não conversa se trumbica, mas quem esconde o leite come o queijo.

PAU OCO

Na próxima quinta-feira, no podcast, veicularemos a entrevista do ex-governador Daniel Pereira que explica a chama operação “Pau Oco”. Segundo Pereira, a operação é uma suposta armação policial com um conteúdo político criada para desmoralizar o governo de plantão e dar visibilidade política aos seus operadores. Vale a pena conferir, em particular as explicações do ex-governador em renunciar à reeleição em favor de Acir Gurgacz que, na ocasião, estava inelegível.

MOSCA

 Bem avaliado para uma das vagas senatorial, o deputado federal Fernando Máximo está sendo açulado para mudar de postulação e ser candidato a governador pelo União Brasil. Até então ressabiado com os convites, Máximo começa a avaliar como real esta possibilidade. A mosca azul picando o parlamentar na sua máxima potência. 

Fonte: ROBSON OLIVEIRA
RESENHA POLITICA (ROBSON OLIVEIRA)

Jornalista, Advogado e colaborador do www.quenoticias.com.br - contato: robsonoliveirapvh@hotmail.com