Refundar o Brasil e as eleições 2024
Refundar o Brasil
A ideia de “refundar o Brasil” seduz muita gente. Já bateram nessa tecla frei Leonardo Boff, o senador Randolfe Rodrigues, a sanitarista Lúcia Souto e o empresário Flávio Rocha (Riachuelo). Em manifestações recentes, por vias indiretas, o presidente Lula da Silva propôs nova instituições para dar conta de tarefas que as atuais parecem não estar correspondendo, ao sugerir um parlamento dos povos amazônicos e um “centro policial” de países da Amazônia, que teria sede em Manaus.
Pode parecer uma tese sedutora, mas não cola. Refundar o Brasil seria uma tarefa coletiva, impossível sem união nacional em torno de uma agenda mínima, elencando correções emergenciais para os problemas do país. Tal agenda mínima – ou projeto de nação – é impossível com quase 100% das forças políticas nacionais de olho exclusivamente posto nas eleições de 2024. Quem está no governo não sai do palanque e quem não está transforma tudo em guerra eleitoral.
Refundar o país, pois, seria refundar a política, o que implicaria uma Assembleia Nacional Constituinte exclusiva. Mas quem já tem poder, caso do poderoso Centrão, que governa o Brasil mal falado, mas sempre ativo desde a falsa Constituinte de 1986, isso está fora de cogitação. Não há, pois, como refundar coisa alguma. A tarefa possível é fazer cada instituição funcionar transformando-a em sua melhor versão.
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Na história
A história não foi muito benevolente para os políticos favoritos, tanto nas pelejas ao governo do estado de Rondônia, como nas disputas a prefeitura de Porto Velho. Na primeira disputa pelo voto direto ao governo de Rondônia, em 1986, por exemplo uma estupenda dobradinha, formada pelo senador mais votado – Odacir Soares postulando ao governo estadual e o deputado estadual mais votado –José Bianco a vice-governador – acabou perdendo a disputa pelo Palácio Presidente Vargas ao ex-deputado federal e ex-prefeito de Porto Velho Jeronimo Santana, tendo como vice Oestes Muniz. Bengala, na época, foi favorecido pelos ventos da Aliança democrática, liderada por Tancredo Neves.
As reviravoltas
As reviravoltas se sucederam na política rondoniense desde então. Seja em Porto Velho, onde o petista Roberto Sobrinho foi uma das tantas zebras - e que na sua reeleição ganhou a parada em primeiro turno. Candidatos favoritos a prefeitura de Porto Velho, como Everton Leoni, Lindomar Garçom, Leo Moraes levaram pau na moleira. Na disputa pelo governo do estado, casos de políticos imbatíveis, como o saudoso Francisco Chiquilito Erse, tombaram frente a lideranças interioranas. Mas Marcos Rocha virou em cima de Expedito Junior (Rolim) e no pleito passado em cima de Marcos Rogério (Ji-Paraná) e assim tem sido a política em Rondônia, marcada pelas reviravoltas.
Grandes viradas
Rondônia testemunhou viradas sensacionais nas disputas pelo então Palácio Presidente Vargas. Waldir Raupp sobre Chiquilito, Bianco sobre Waldir Raupp foram algumas delas. O próprio Confúcio Moura, que depois da primeira vitória criou asas, também ganhou de virada desde a eleição a prefeitura de Ariquemes e duas vezes ao governo de Rondônia. Mas vejo como uma das vitórias mais retumbantes de todos os tempos, e neste caso não foi virada, o sucesso de Ivo Cassol contra Amir Lando, uma das figuras mais celebradas na cassação do ex-presidente Collor. Todas as lideranças políticas locais se uniram, de cristãos a fariseus, de fulanos a beltranos, e ao final todo mundo levou pau. Ivo na cabeça.
Eleições 2024
No ano que vem teremos as eleições municipais e em Porto Velho e despontam como favoritos Fernando Máximo (União Brasil), Mariana Carvalho (Republicanos) e Leo Moraes (Podemos). Numa eleição onde existem pelo menos sete postulantes e pela fragmentação de votos, a perspectiva é de dois turnos, esses três nomes são favoritos as duas vagas para a etapa seguinte da eleição. Caberá aos demais postulantes, como Cristiane Lopes, Marcelo Cruz e Mauro Nazif quebrar esta polarização inicial, lembrando que Hildon Chaves quando disputou o Paço Municipal pela primeira vez não era favorito e largou o porrete em Leo Mores. E Nazif já virou eleição, aquela sobre Garçom.
Eleições 2026
Já, as eleições de 2026 projetam pelo menos três grandes grupos políticos envolvidos. São eles liderados por Jaime Bagatolli (Vilhena), Hildon Chaves (Porto Velho), Ivo Narciso Cassol (Rolim de Moura). Não está também afastada a hipótese do atual vice-governador Sergio Gonçalves, que deverá assumir o governo em substituição ao governador Marcos Rocha, que vai disputar o Senado em 2026, entrar nas paradas apunhando um pré-acordo entre Hildon Chaves e Marcos Rocha. Afinal, os punhais da traição acabam dando tempero as eleições rondonienses!
Via Direta
*** Uma semana de dor e sofrimento para os familiares e amigos e colegas aqui do Diário da Amazônia e do Portal do SGC com os falecimentos dos jornalistas Zé Luís e Analton, o popular Da Silva *** Trocando de assunto, é coisa de louco, o petismo em Rondônia está por baixo e precisa pedir bênçãos do senador Confúcio Moura, o El Carecon para nomeações de cargos federais por aqui *** É de rolar de rir esta disputa pela paternidade da obra da ponte binacional em Guajará, uma causa daquela comunidade fronteiriça há mais de 30 anos *** Lembrando que pelo menos a dez anos o então senador Waldir Raupp e a deputada federal Marinha Raupp já tinham apresentado emendas para destinar os recursos para os estudos técnicos da obra *** E nem foram lembrados nesta guerra da paternidade...
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POLITICA & POLÍTICOS (CARLOS SPERANÇA)
Colunista político do Jornal "DIÁRIO DA AMAZÔNIA", Ex-presidente do SINJOR, Carlos Sperança Neto é colaborador do Quenoticias.com.br. E-mail: csperanca@enter-net.com.br