Protestos pró-Palestina. Polícia retira manifestantes de universidade em Los Angeles

A polícia norte-americana retirou esta quinta-feira as barricadas e começou a desmantelar um acampamento de manifestantes pró-palestinianos na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), segundo os meios de comunicação social locais.
A operação começou depois de centenas de manifestantes terem desafiado as ordens da polícia para saírem do campus e cerca de 24 horas depois de contramanifestantes terem atacado um acampamento de tendas, noticiou a agência norte-americana AP.
Centenas de pessoas tinham-se reunido no campus, tanto no interior de um acampamento de tendas barricadas como no exterior, em apoio aos palestinianos, devido à guerra em Gaza,
Enquanto helicópteros da polícia sobrevoavam o local, ouvia-se o som de granadas de atordoamento, ou 'flash-bangs', que produzem uma luz brilhante e um ruído forte para desorientar e atordoar as pessoas.
A polícia rompeu metodicamente a barricada de contraplacado, paletes, vedações metálicas e contentores de lixo do acampamento e abriu caminho para dezenas de tendas de manifestantes.
Os agentes também começaram a derrubar toldos e tendas.
Os manifestantes seguravam guarda-chuvas como escudos enquanto tentavam enfrentar dezenas de polícias.
Alguns dos manifestantes avisaram os companheiros para estarem preparados com água, para o caso de a polícia lançar gás lacrimogéneo ou outro agente irritante.
A ação policial ocorreu uma noite depois de a administração da UCLA e a polícia do campus terem esperado horas para impedir o ataque dos participantes numa contramanifestação.
A demora da intervenção contra os atacantes foi condenada por estudantes muçulmanos e pelo governador da Califórnia, Gavin Newsom.
Os manifestantes pró-palestinianos reconstruíram as barreiras improvisadas à volta das tendas na tarde de quarta-feira, enquanto a polícia estatal e a polícia universitária observavam.
Os acampamentos de manifestantes que apelam às universidades e empresas para que deixem de fazer negócios com Israel espalharam-se pelos Estados Unidos nas últimas semanas, num movimento estudantil diferente de qualquer outro neste século.
As repressões policiais que se seguiram fizeram lembrar as ações contra um movimento de protesto de maior dimensão contra a guerra do Vietname, nas décadas de 1060 e 1970.
No Médio Oriente, a televisão estatal iraniana transmitiu imagens em direto da ação policial na UCLA, tal como o canal pan-árabe Al Jazeera, do Qatar.
As imagens em direto de Los Angeles também passaram nas redes de televisão israelitas, segundo a AP.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque sem precedentes em solo israelita do Hamas que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo Israel.
Desde então, Israel tem em curso uma ofensiva em Gaza que já provocou cerca de 34.600 mortos e a destruição de muitas infraestruturas, de acordo com o Hamas, que governa o enclave palestiniano desde 2007.