PRECISAMOS NOS LEVANTAR EM DEFESA DO POVO UCRANIANO – 2

17 de fevereiro de 2022 362

(continuação deste post)

Entretanto, a síndrome do tucunaré permanece ativa. 

Os EUA e a Europa veem suas moedas perderem substância e suas empresas terem de transferir as unidades de produção de mercadorias para as regiões de trabalho escravo. 

Já o novo bloco geopolítico formado, com a China à frente, precisa vender suas mercadorias para manter o crescimento do PIB que tudo financia (inclusive os juros de sua colossal dívida pública para com a banca internacional). 

Não há como resolver tal questão nos marcos do capitalismo! 

Diante do impasse que se prenuncia como irresolúvel e aponta para um crash de todo o sistema capitalista, a solução que estes senhores encontram não é outra senão a destruição de contingentes humanos tornados supérfluos para a sua lógica funcional. 

Sob o capital, quem não produz valor não serve para viver. 

A ocupação da Ucrânia, país que secularmente sofre por situar-se na fronteira entre a Europa, Eurásia e Ásia, é apenas a ponta-de-lança de um sentimento e interesse muito maior: a guerra por hegemonia econômica global e a implantação de outro padrão de moeda internacional, que sirva de referência para a nova configuração da produção de mercadorias e sua comercialização internacional.

A Ucrânia é o chamado boi de piranha neste quadro, para ficarmos ainda na metáfora dos peixes.
O componente novo nesta velha história de luta e beligerância dos países (e isto também é nacionalismo de patriota idiota) por hegemonia política e econômica é a possibilidade de uma hecatombe nuclear. 

São muitas as nações hoje capazes de produzir bombas atômicas que fazem as de Hiroshima e Nagasaki parecerem traques de festas juninas. 

Fico sempre pensando no que fariam Adolf Hitler e seu cruel  ministro da Propaganda Joseph Goebbels ouvindo os estrondos das bombas do Exército Vermelho que avançava, se pudessem apertar um botão de bomba atômica e destruir a humanidade... 

A verdade é que precisamos nos dar conta da gravidade dessa ameaça. Fomos viciados em dinheiro, mesmo sem uma clara compreensão da sua dinâmica; essência constitutiva e processo contraditório autodestrutivo; destrutibilidade social; e seu conteúdo segregacionista intrínseco.  

E agora, tal como um toxicômano que busca na causa do seu infortúnio, o consumo da droga, a solução para sua crise de abstinência, buscamos no dinheiro a solução de quase todos os nossos problemas (daí a unanimidade entre direita e esquerda, na insistência numa impossível retomada do desenvolvimento econômico) . 

Queremos curar o mal com mais doses do próprio mal, e que está cada vez mais escasso. Assim, estamos feitos.


Precisamos fazer um levante em defesa do povo ucraniano, espremido entre as ondas violentas e o rochedo contra o qual elas se debatem...

Urge que a humanidade saia da letargia comportamental que a flauta mágica do fetiche capitalista lhe impõe, abandonando essa jogatina insana, ao invés de agir como um apostador viciado que, no afã de zerar o prejuízo acumulado, perde até a última ficha. 

Urge que defendamos e introduzamos uma nova ordem mundial, transnacional, de concórdia entre os povos, que impugne a política e seus governantes manietados pela lógica fratricida que os ungiu ao poder vertical (constitucionalmente elitista) do qual desfrutam. 

A direita nazifascista precisa ser combatida e exorcizada.

A esquerda politicamente correta precisa abandonar sua zona de conforto, não se deixando mais confinar num espaço geopolítico submisso e predeterminado pela capital, na ilusão de que o possa humanizar. Cabe-lhe movimentar-se para onde possa exercer plenamente o que o melhor discernimento da nossa racionalidade humanista está a exigir!

Urge superarmos o capital. (por Dalton Rosado) 

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Fonte: CELSO LUNGARETTI
A VISÃO DEMOCRÁTICA (POR CELSO LUNGARETTI )