Policiais federais querem montar “bancada da Lava-Jato” no Congresso

Entidades sindicais de policiais federais vêm estimulando candidaturas de agentes na próxima eleição. Surfando na popularidade da Operação Lava-Jato, até o momento, já são 22 pré-candidatos em 17 estados e no Distrito Federal, registra o Politica na Rede.
O grupo defende reformas na área de segurança pública, além do combate à corrupção.
Entretanto, parte dos candidatos irá concorrer por partidos implicados na Lava-Jato. Há filiados no PSDB, PR, PTB e PSD, todos com políticos citados na Operação.
Segundo Luís Antônio de Araújo Boudens, presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais-Fenapef, dez legendas o procuraram oferecendo filiação em massa.
“A maioria dos candidatos deve ir para siglas como Podemos, PSL, Rede e Patriotas. Os partidos que mais se aproximaram foram justamente esses que têm quase nenhum envolvimento (em corrupção)” afirma.
Boudens defende a tese de que os eleitores acreditam nas pessoas e não nas siglas.
“Realmente nós (policiais federais) temos candidatos em siglas que estão envolvidas em escândalos. Eu defendo que o eleitor acredite em pessoas, e não nos partidos, porque eu não acredito neles, revela.
Um dos nomes cotados para disputar uma vaga na Câmara é Lucas Valença, que ficou nacionalmente conhecido como o “hipster da Federal” ao participar da operação que prendeu o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Filiado ao Novo, Valença quer “trabalhar pela polícia e em prol da Lava-Jato” mas, ainda não decidiu se disputará a eleição. O policial não vê problema em candidatos usarem o apoio popular à operação.
“Veria isso como algo negativo se fosse feito por pessoas desonestas. Não vejo como pode ser ruim aproveitar a oportunidade da Lava-Jato para colocar pessoas de bem lá (no Congresso) “afirma o policial.
(Foto: Lucas Valença com o deputado cassado Eduardo Cunha)