Polícia libera adolescente suspeito de participar de chacina no DF

A Polícia Militar informou, na madrugada desta quarta-feira (25), que foi liberado o adolescente de 17 anos detido por suspeita de participação no assassinato de 10 pessoas da mesma família no Distrito Federal.
O jovem, que foi apreendido na noite de terça, confessou à PM que recebeu R$ 2 mil de outros suspeitos para "ajudar os outros comparsas a praticar o crime". Ele também disse que esteve no cativeiro onde as vítimas estiveram. As informações, no entanto, ainda não foram confirmadas pela Polícia Civil.
O adolescente foi encaminhado para a Delegacia da Criança e do Adolescente da Asa Norte, no DF. A polícia informou que o suspeito foi levado ao local porque havia dois mandados de roubo contra ele. Porém, na delegacia, os policiais descobriram que os mandados estavam expirados desde o último dia 21 e, por isso, o jovem foi liberado.
A investigação
Três suspeitos já foram presos por envolvimento no desaparecimento da família: Gideon Batista de Menezes, Horácio Carlos Ferreira Barbosa e Fabrício Silva Canhedo.
O primeiro trabalhava com uma das vítimas. O delegado do caso afirma que o suspeito foi encontrado com as mãos queimadas.
O segundo confessou o crime à polícia e disse, ainda, que os assassinatos foram encomendados por duas das vítimas - Thiago Belchior e seu pai, Marcos Antônio. O terceiro foi preso depois disso e, após encontrar os corpos, a polícia descartou essa possibilidade.
A principal tese, agora, é de que a chacina tenha sido motivada por dinheiro. Todos os suspeitos moravam próximos ao sogro da cabelereira e sabiam que a família tinha recebido quantias de dinheiro recentemente.
No fim de semana, a polícia informou o nome e fotos do quarto suspeito, Carlomam dos Santos Nogueira, que é procurado. As investigações apontam que Carlomam conhecia as vítimas e pelo menos um dos outros suspeitos.
Foto de 2018 de Carlomam dos Santos Nogueira, 4º suspeito de ter participado da chacina de família no DF — Foto: Polícia Civil do DF/Divulgação
Corpos identificados
Polícia Civil encontra mais três corpos de vítimas de uma chacina no DF
Mais cedo, a Polícia Civil identificou mais dois corpos da família. Os cadáveres encontrados são de Thiago Gabriel Belchior, marido da cabelereira Elizamar da Silva, e de Cláudia Regina Marques Oliveira, ex-esposa do pai de Thiago, que também foi morto.
Os corpos foram localizados na madrugada desta terça, em uma cisterna, em Planaltina. Um terceiro cadáver estava no local, e a polícia acredita que seja Ana Beatriz Marques de Oliveira, filha de Claudia e Marcos Antônio.
Ao todo, 10 pessoas da mesma família desapareceram, 10 corpos foram encontrados e nove identificados.
Veja a seguir de quem são os corpos que já foram oficialmente identificados:
- Elizamar da Silva: cabeleireira;
- Thiago Gabriel Belchior: marido de Elizamar Silva;
- Rafael da Silva: filho de Elizamar e Thiago;
- Rafaela da Silva: filha de Elizamar e Thiago;
- Gabriel da Silva: filho de Elizamar e Thiago;
- Marcos Antônio Lopes de Oliveira: pai de Thiago e sogro de Elizamar;
- Claudia Regina Marques de Oliveira: ex-mulher de Marcos Antônio;
- Renata Juliene Belchior: mãe de Thiago e sogra de Elizamar;
- Gabriela Belchior: irmã de Thiago e cunhada de Elizamar.
O crime
A cabeleireira Elizamar da Silva, de 39 anos, e os três filhos pequenos sumiram no dia 12 de janeiro. No dia seguinte, o veículo dela foi encontrado com os quatro corpos queimados dentro, perto de Cristalina (GO), no Entorno do DF. O marido dela, Thiago Belchior, também desapareceu.
Três dias depois, familiares reportaram o desaparecimento de mais três pessoas da família: o pai, a mãe e uma irmã de Thiago – respectivamente Marcos Antônio Lopes de Oliveira, Renata Juliene Belchior, e Gabriela Belchior.
O carro de Marcos Antônio, sogro de Elizamar, foi encontrado carbonizado com dois corpos dentro, no fim de semana do desaparecimento da família. Por fim, a ex-mulher de Marcos e a filha deles – Claudia Regina Marques de Oliveira e Ana Beatriz Marques de Oliveira – também desapareceram.
Inicialmente, com base no depoimento de um dos suspeitos, a polícia chegou a acreditar que Thiago e Marcos Antônio tinham arquitetado o crime e fugido. A hipótese perdeu força e, agora, as investigações apontam que pai e filho também são vítimas.
O corpo do sogro da cabeleireira foi encontrado enterrado e esquartejado perto da casa usada como cativeiro pelos criminosos, em Planaltina.
Dez pessoas da mesma família foram mortas no Distrito Federal — Foto: Arte/g1