Polícia Civil prende possível líder do PCC em Londrina

14 de junho de 2018 355
Policiais civis do Paraná e de São Paulo prenderam o possível líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) em Londrina, na manhã desta quinta-feira (14). Identificado como Jonathan Henrique Santiago foi preso na Vila Siam, zona leste da cidade, e, na sequência, transferido para Presidente Prudente, interior paulista. Conforme informações da Polícia Civil, Jonathan controlava as ações da organização criminosa no norte paranaense. A esposa dele também foi encaminhada à sede da 10ª Subdivisão Policial (SDP) para ser ouvida. 
 
 

A Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo deflagraram a Operação Echelon para atingir a estrutura do Primeiro Comando da Capital (PCC) que controla as ramificações interestaduais da facção criminosa. Trata-se do setor conhecido como "Resumo dos Estados", que é subordinado diretamente à cúpula da organização. Ao todo, os policiais cumpriram 59 mandados de busca e apreensão em 14 Estados. A Justiça decretou ainda prisão preventiva de 75 acusados, todos apontados como integrantes da facção. 

Em nota, os órgãos responsáveis pela operação informaram que "o grupo investigado é responsável por acirrar a disputa de facções no país, contabilizando elevado número de mortes (mais de uma centena), de maneira que constitui parte da operação, o compartilhamento inicial de provas sobre 12 (doze) homicídios. A deflagração da operação também tem por finalidade investigar o envolvimento em outros homicídios e desaparecimentos de pessoas em todo o país, a partir de um domínio único dos líderes da organização que engendraram o esquema criminoso. Durante as investigações foram apreendidas mais de uma tonelada de drogas e preso, no aeroporto de Guarulhos, quando retornava da Bahia, no dia 10/05, um dos líderes dessa célula criminosa que autorizava mortes quase que diariamente". 
 
Reprodução/AEN
Reprodução/AEN
 

Os policiais mobilizados para a operação começaram as buscas às 6h. A concentração dos agentes, porém, começou duas horas antes. As investigações começaram em junho de 2017, quando o líder máximo da facção, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, estava isolado pela sexta vez no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), no presídio de Presidente Bernardes, na região oeste do Estado. É por isso que Marcola, condenado a 332 anos de prisão por diversos crimes, por enquanto, não figura entre os acusados que tiveram a prisão decretada pela Justiça neste caso. 

As investigações feitas pelo Departamento de Polícia Judiciária do Interior -8 (Deinter-8), de Presidente Prudente, e pelo grupo de Atuação especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPE, mostraram como a cúpula do grupo mantém contato com bandidos em outros Estados, atuando nos tráficos de armas e drogas. 

Nos últimos quatro anos, o total de integrantes do PCC espelhados fora de São Paulo cresceu 6 vezes, passando de 3 mil para pouco mais de 20 mil em 2018. A facção, que em São Paulo conta com 10,9 mil integrantes, está presente ainda em cinco países da América do Sul - Bolívia, Colômbia, Guiana, Paraguai e Peru. 

A expansão do PCC pelo Brasil levou à reação de gangues locais, que se aliaram ao Comando Vermelho, iniciando uma guerra que atinge principalmente os Estados do Norte e do Nordeste do País. Depois de São Paulo, os Estados que concentram o maior número de integrantes do PCC são, de acordo com o Gaeco, Paraná (2.829), Ceará (2.582) e Minas Gerais (1.432). Foi justamente em Minas que, na semana passada, a facção determinou a realização de uma série de atentados contra ônibuse ataques contra postos policiais. 

(com informações da Agência Estado e da repórter Micaela Orikasa, da Folha de Londrina) 

Atualizado às 09h30
 
Reportagem Local com Agência Estado