PODEMOS, SIM, VOLTAR A SER DAVIS ATREVIDOS AFRONTANDO OS GOLIAS!

19 de dezembro de 2022 214

Pelé foi rei, hoje Messi é, amanhã outro será 

Lionel Messi, o melhor futebolista do mundo em nossa época, foi decisivo para a conquista da Copa do Catar por parte da Argentina. 

Ao acrescentar à liderança técnica que sempre exerceu uma postura guerreira de verdadeiro comandante e motivador de homens, tornou-se o coração, alma e cérebro do escrete alviceleste. 

Se realmente desistir de disputar o Mundial de 2026, já tem como herdeiro Mbappé, a combinação perfeita de atacante: técnica apurada, velocidade e força.

Quanto a Cristiano Ronaldo e Neymar, foram reduzidos às suas verdadeiras dimensões, um ótimo finalizador (e nada além disto!) e um jogador que até tinha potencial para voos altos, mas desperdiçou-o com estrelismo e criancices, sempre preferindo ser celebridade a atleta.

Vale, ainda, uma recomendação aos comentaristas esportivos que insistem em repetir como papagaios ou discos antigos riscados que Pelé foi, é e sempre será o rei do futebol.

Não existe ninguém assim, em setor nenhum da atividade humana. A História nunca termina e ninguém, absolutamente ninguém, é insuperável.

Pelé foi o maior nome do futebol do século passado, que tinha diferenças gritantes com relação ao hoje praticado. Messi é, por enquanto, o melhor do século atual. Amanhã outro será.

Les enfants de la patrie, em versão multiétnica

Eu vi ambos atuarem e estou convicto de que nem Messi seria um fenômeno se jogasse naquele tempo, nem Pelé o seria  nos dias de hoje. As comparações são inconsistentes, meros desperdícios de tempo e de palavras. 

Além de servirem como falso consolo para a decadência recente do futebol brasileiro, que hoje só tem mesmo nível para chegar às quartas-de-final de uma Copa do Mundo. 

Quanto aos hermanos argentinos, palmas para eles! Conseguiram tornar um pouco menos indigesto o chocolate europeu no século 21. Agora o placar é só de 5x2 para o velho mundo contra nosotros latino-americanos.

Foi assim que aprendi a contar com meu pai, quando criança: nós, os pobres das Américas, contra eles, os ricos da Europa. Fechamos o século passado vencendo por 8x7 e no atual a diferença em nosso desfavor disparou, chegando a ser de três títulos, a maior de todos os tempos.

Isto se deve a serem grãos senhores e nós termos virado autênticos vira-latas?

Breve juntos no timeco de algum reizinho do petróleo

Não. É por causa da enorme disparidade econômica, que aumenta cada vez mais, e também do pulo do gato que eles deram, ao acolherem em suas seleções quaisquer futebolistas de outros continentes que lá atuem e optem por adquirir dupla nacionalidade.

Mesmo assim a Argentina os derrotou. E jogando melhor! 

Não foi, como o Corinthians na última vez (2012) que os superamos num Mundial de Clubes, resultado de um esquema cauteloso e dos milagres de um grande goleiro. 

Apesar de a decisão ter-se dado na loteria dos pênaltis, o selecionado alviceleste fez por merecer a vitória, tanto no tempo normal quanto na prorrogação.  

Então, se os brasileiros quisermos voltar a ser Davis atrevidos afrontando os Golias presunçosos, a Argentina mostrou que isto ainda é possível. 

Mas, precisamos de humildade para identificar tudo que está errado e coragem para tomar as providências necessárias, mesmo que isto implique contrariarmos interesses de poderosos daqui e de lá. 

Se não, o jeito é assumirmo-nos mesmo como vira-latas... (por Celso Lungaretti)

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Fonte: CELSO LUNGARETTI
A VISÃO DEMOCRÁTICA (POR CELSO LUNGARETTI )