Perda a lamentar e começam as definições para as eleições municipais de Porto Velho
Perda a lamentar
A Amazônia perdeu um de seus mais dedicados e aguerridos amigos. Ennio Candotti, diretor-geral do Museu da Amazônia, deixa a vida para nunca mais sair da história, por conta de sua carreira brilhante como cientista e líder. Ter presidido a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) de 1989 a 1993 e de 2003 a 2007, sob forte perseguição da ditadura, intolerante e avessa à cultura, deu-lhe visibilidade e força.
Criar as revistas Ciência Hoje e Ciência Hoje das Crianças, em 1982, foram marcos da vitória sobre o regime que considerava os cientistas a inimigos a aniquilar e demônios a exorcizar. Italiano, chegou ainda criança com a família para se estabelecer em São Paulo, onde estudou Física. Sua ligação com a Amazônia se aprofundou em 2007, com a ideia de criar um museu na floresta.
A SBPC, entidade que presidiu por quatro mandatos foi perfeita ao afirmar em nota de pesar que Candotti, “apaixonado pela Amazônia, sempre defendeu que o Brasil nunca será uma nação desenvolvida se não colocar a preservação ambiental como uma de suas prioridades”. “Mais que um revolucionário, ele contribuiu para a valorização da educação e da divulgação científica”, segundo a presidente da entidade, Helena Nader, para quem “Ennio também era um lutador pela democracia”. A construção da bioeconomia começou com ele e outros cientistas notáveis que não se deixaram abater por dificuldades e perseguições.
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As definições
Começam as primeiras definições em torno das eleições municipais de Porto Velho. O primeiro nome anunciado para a disputa é da ex-deputada federal Mariana Carvalho (Progressistas), a parlamentar campeã na destinação de recursos para a capital nos últimos anos, anunciada pelo prefeito Hildon Chaves, que não se sabe se está no União Brasil ou se voltou ao PSDB. Também existem indícios que Mariana poderá ter o aval do governador Marcos Rocha (União Brasil) para a disputa, indicando um vice. Neste caso, uma péssima notícia para o deputado federal Fernando Máximo que esperava este alinhamento.
Pau na Mariana!
Os políticos mais experientes, e por serem atingidos com tantas pauladas nas costas por se precipitarem nos seus lançamentos, tem consciência que os nomes anunciados em disputas devem ser retardados ao máximo, para que o candidato (a) sofra com menos lambadas. Por isso o prefeito, Hildon Chaves, que reputo ser um grande estrategista, deve ter seus motivos para a antecipação do anuncio de Mariana. Um destes motivos pode ter sido uma reaproximação com o governador Marcos Rocha. Na ALE, a esposa de Hildon, Ieda Chaves foi a relatora do Orçamento 2024. É uma pista de acordo.
Mexendo no tabuleiro
Definido o “coelho” – neste caso a coelha – da corrida sucessória em Porto Velho teremos em seguida algumas mexidas no tabuleiro. Como o até então favorito Fernando Máximo vai reagir e mover suas peças? Desistir da parada por influência do governador? Romper com o governador e buscar outras alianças para chegar ao Paço Municipal? E ainda tem Cristiane Lopes e Leo Moraes para se movimentar em torno da peleja, estes podendo se converter em oposicionistas, ao atender chamado do PL dos senadores Marcos Rogério e Jaime Bagatolli. É um cenário nublado que só vai clarear no ano que vem.
A navegação
A navegação de cargas nas hidrovias do Amazonas e do Madeira, reduzidas em 42 por cento durante a grave estiagem ainda preocupa as autoridades portuárias do Amazonas. Os rios na região amazônica sobem lentamente e a situação mais preocupante no que se refere ao abastecimento de Manaus e sua região metropolitana estão no Alto Solimões e na Boca do Madeira, entre Nova Olinda do Norte e Boca do Madeira, onde a carga de contêineres ainda está reduzida com receio de encalhes das balsas. Recentemente um petroleiro encalhou. A dragagem no Rio Madeira segue para permitir o melhor escoamento dos produtos.
A criminalidade
Desconfio da estratégia e dos baixos índices de criminalidade divulgados pelas autoridades policiais em Porto Velho. São assaltos adoidados, os drogados roubando e invadindo lojas e residências, tantos jovens tombando nos embates entre as facções criminosas, tantos ladrões carregando de madrugada aparelhos eletrônicos e até portões de ferro nas costas. E a noite não existe policiamento e nem rondas policias suficientes para combater os criminosos. Até as unidades do exército, lotadas de soldados, estão repletas de concertinas nos muros até o topo para se proteger. E o povão como é que fica?
Via Direta
***As eleições na região: Em Rio Branco a largada da corrida a prefeitura local é polarizada pelo ex-prefeito Marcus Alexandre e o atual prefeito Tião Bocalon *** Já, em Manaus, a maior metrópole da Amazonia a briga 2024 fica por conta do prefeito David Almeida e deputado federal Armon, como os nomes mais cotados *** Com elação a Porto Velho, com Mariana Carvalho, Fernando Máximo e Leo Moraes na dianteira *** Lembrando que a capital rondoniense é a terra das surpresas, de grandes viradas nas pelejas eleitorais *** São disputas equilibradas, mas todas com segundo turno o que tornarão os pleitos mais emocionantes nas capitais da região Norte.
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POLITICA & POLÍTICOS (CARLOS SPERANÇA)
Colunista político do Jornal "DIÁRIO DA AMAZÔNIA", Ex-presidente do SINJOR, Carlos Sperança Neto é colaborador do Quenoticias.com.br. E-mail: csperanca@enter-net.com.br