Paciente grava dentista acusado de abuso sexual em consulta: 'Ele puxa com o cotovelo o meu braço em direção ao órgão genital dele'

24 de abril de 2023 149

O Fantástico mostrou denúncias de abuso sexual contra um dentista no Rio Grande do Sul. Sem ele saber, uma paciente gravou um vídeo de um atendimento e saiu do consultório direto para a Delegacia da Mulher. (Veja no vídeo acima). Depois disso, surgiram mais denúncias contra o dentista, que está preso.

A gravação foi feita na segunda vez que a paciente foi atendida por Jeferson Scaranto. Na primeira, em outubro de 2022, ela diz que foi abusada e que o médico teve uma ereção. Ela conta que, meses depois, um dente começou a doer muito, tinha que ser arrancado.

“Muita gente fala: ‘tu não deveria ter voltado lá’. Mas, gente, era o único lugar que eu podia pagar. Eu já tinha tentado tratar, entendeu? Eu pedi para o meu pai para fazer um PIX de R$ 50 para eu poder tirar aquele dente”, conta a paciente.

Ela voltou ao consultório em março deste ano, dessa vez gravando o atendimento com o celular ajeitado dentro da bolsa.

“No momento que ele está injetando a anestesia no dente, ele já está começando a ter uma ereção; toda vez que eu me levanto para cuspir, ele tenta olhar para debaixo da minha saia. Ele puxa, com o cotovelo dele, o meu braço em direção ao órgão genital dele”, detalha a paciente.

Terminado o procedimento, ela saiu do consultório direto para a Delegacia da Mulher.

A Justiça decidiu que Jeferson Scaranto poderia ser investigado em liberdade, cumprindo medidas cautelares, mas outra paciente decidiu denunciá-lo. Segundo ela, foram três consultas, sendo a última, a pior.

“Quando ele chegou mais próximo, eu vi que ele tinha ejaculado”, conta.

A paciente diz que voltava às consultas porque estava com um canal aberto e outros profissionais não aceitavam pegar o trabalho iniciado por outro dentista.

Jeferson Scaranto foi preso no avião, quando retornava de São Paulo com a esposa. Nesta semana, o dentista virou réu. Ele continua preso e está respondendo por "violação sexual mediante fraude", crime que prevê até seis anos de prisão.

Em nota, a defesa do dentista diz que o "vídeo gravado por uma das vítimas não apresenta comportamento ou conduta diversa dos protocolos de atendimento de qualquer procedimento odontológico" e que nos depoimentos das outras vítimas "não existe nada nas afirmações que possa sugerir provas".

O Conselho Federal de Odontologia diz que "apoia as ações dos órgãos competentes, em especial o ministério público e a autoridade policial".

Fonte: FANTÁSTICO