O governador de Rondônia Marcos Rocha teve uma grande vitória com sua reeleição
Não ao terror
No momento em que mais se fala em “liberdade” no Brasil, o reaparecimento do terrorismo, infiltrado em celebrações patrióticas e usando nossas cores, é um veneno mortal para as liberdades. Nos EUA, os ataques terroristas às torres do World Trade Center desencadearam uma onda de repressão interna com precedentes somente no macarthismo, em que bastava denunciar um desafeto ou concorrente sem provas para ver sua família sofrer traumáticos horrores nas mãos dos repressores.
A volta do terrorismo precisa ser esmagada no ninho, combinada com inteligência e ação mais afetivas contra o crime organizado na Amazônia, onde é parceiro ou conivente com o terrorismo. Defender ilegalidades e ataques à democracia simulados como atos de liberdade só convence os mal-intencionados. É liberticídio, já que livre curso a atos terroristas resulta, como nos EUA, em restrições severas às liberdades.
Em 1948, quando publicou o livro “1984”, George Orwell previu um Grande Irmão usando o poder para oprimir a população por meio da novilíngua. Nela, os contrários são unidos em uma só palavra. Assim, liberdade e escravidão viram uma coisa só, a “livresservidão”, os escravos convencidos de que se deixando oprimir protegem a liberdade. Liberdade é democracia, respeito às leis e independência das instituições. Negar esse fato é um passo rápido para a morte da liberdade.
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Censo demográfico
O IBGE estimava que o Brasil contava com 214 milhões de habitantes e o Censo 2022 indica apenas 208 milhões, numa baita diferença. Rondônia tinha a expectativa de ultrapassar 1.800.000 almas e não chegou às 1.700.000. A grande verdade é que o Brasil segue uma tendência mundial de redução demográfica e isto tem algumas causas. A primeira delas é a diminuição do índice de natalidade. Não bastasse, uma parte da mulherada não quer gerar filhos e opta pela criação de pets como se fossem suas crias e tratando os bichinhos como se fossem humanos. Também a pandemia e a insegurança com relação ao futuro inibiram os casais na geração de novos filhos.
A constatação
Na fase já de encerramento das pesquisas em domicílios, que devem se encerrar ainda neste mês de janeiro, o IBGE constatou que 40 por cento das cidades sofreram perdas populacionais. Tratando-se de Rondônia o despovoamento pode ser explicado com a migração interna para outras regiões, a falta de estrutura dos pequenos municípios em saúde e educação e com isto os principais polos regionais, como Porto Velho, Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena, mais estruturados, receberam moradores das pequenas cidades. Com elevados índices de crescimento, municípios como Nova Mamoré, Buritis, Machadinho e Distritos como União Bandeirantes incharam.
Os adversários
O governador de Rondônia Marcos Rocha (União Brasil) teve uma grande vitória com sua reeleição, mas terá toda a bancada federal do Senado na oposição. Tanto o senador Confúcio Moura (MDB-Ariquemes), como Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná), como o recém-eleito Jayme Bagatoli (PL-Vilhena) se dizem independentes. Serão menos recursos de emendas parlamentares de bancada, já que os oposicionistas vão optar pelo rateio destes recursos diretamente para os municípios. Já na bancada de deputados federais, os únicos oposicionistas a gestão de Rocha serão o coronel Chrisóstomo (PL-Porto Velho) e Silvia Cristina (PL-Ji-Paraná).
Virando a casaca
O coronel Chrisostomo já retirou o nome do presidente Bolsonaro de seu comitê (a medida na verdade aconteceu antes da eleição) alguns emedebistas rondonienses de olho nos cargos federais em Rondônia já estão renegando o capitão, antes que o galo cante. Os bolsonaristas patriotas já deixaram o campo da 17ª Brigada e temos uma verdadeira onda virando a casaca e amenizando o discurso contra os petistas. A nível federal, partidos do “Centrão” que endeusavam o ex-presidente não tiveram dificuldades de composição, já que também estavam nos governos de Lula e Dilma no passado.
Fusões e incorporações
Passadas as eleições de outubro os partidos políticos começam a projetar fusões e federações para eleições futuras pensando na sobrevivência diante das chamadas cláusulas de barreiras que são as exigências da justiça eleitoral em termos de percentuais de votação. Um dos casos em andamento é a incorporação do PROS pelo Solidariedade. Com isto, o presidente do Solidariedade em Rondônia, o ex-governador Daniel Pereira, recebe reforços já para as próximas eleições municipais. PDT e PSB também estudam composições ainda no decorrer de 2023.
Via Direta
*** Em vista dos recessos nas câmaras de vereadores, Assembleia Legislativa e no Congresso Nacional, o noticiário político tem sido acentuado com os novos ministros e especialmente nas decisões na esfera econômica *** Embora derrotado na disputa a reeleição para a Câmara dos Deputados no recente pleito de outubro, Mauro Nazif que deixa o cargo em 1º de fevereiro já está com os olhos voltados para a sucessão municipal em 2024 *** Numa relação de tapas e beijos com Lula, o MDB volta ao poder com três Ministérios e os partidos do Centrão com muito poder no Congresso *** Depois do golpe em cima da presidente Dilma Roussef, cassada numa manobra do MDB com o Centrão, não se imaginava tanto amor e carinho entre as partes. É coisa de louco!
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POLITICA & POLÍTICOS (CARLOS SPERANÇA)
Colunista político do Jornal "DIÁRIO DA AMAZÔNIA", Ex-presidente do SINJOR, Carlos Sperança Neto é colaborador do Quenoticias.com.br. E-mail: csperanca@enter-net.com.br