Ministros + manifestações + Dupla afinada + A representatividade
Ministros bombeiros
Para os místicos, agosto é um mês azarado para o Brasil. Vários exemplos na história mantêm o preconceito. Os mais assustadores foram o suicídio de Getúlio Vargas em 1954 e a renúncia de Jânio Quadros em 1961. Seja como for, verifica-se neste mês uma movimentação incomum de ministros. Felizmente, parecem inclinados a apaziguar os ânimos exaltados.
Bombeiros dos incêndios alimentados pelos radicais do governo e da oposição, os ministros procuram ajeitar o cargueiro na difícil viagem das crises sanitária, econômica, climática e ambiental. A fogueira, neste caso, deixa de ser figura de linguagem com a projeção de que se as emissões de gases do efeito estufa não forem reduzidas o aquecimento vai piorar o clima em todo o país, situação que não pode mais ser negada.
O ministro Ciro Nogueira desde a primeira hora busca harmonia entre os poderes. O general Braga Netto, ministro da Defesa, revelou paciência de Jó ao ser inquirido no Congresso, evitando lenha seca nas fagulhas. O ministro Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura, quer respostas adequadas aos problemas ambientais que afetam a imagem do país. Para assombro de muitos, a volta abrupta do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, antes de cumprir importantes missões nos EUA, virou sua agenda pelo avesso. Será ótimo se o fogaréu diminuir até setembro, pois incendiários irresponsáveis não faltam.
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Eleições 2022
O Cone Sul de Rondônia não conta com eleitorado suficiente para eleger tantos candidatos a Câmara Federal já lançados na região e fazendo barulho. Seria melhor as lideranças políticas de Vilhena e região refazer as suas contas. Depois de eleger Arnaldo Lopes Martins, Reditário Cassol e Natan Donadon aquela região deixou de produzir representantes na Câmara dos Deputados nas legislaturas seguintes e agora, impulsionada pela soja, seu grande vetor econômico, o Cone Sul vem com tudo para o pleito 2022. Mas está exagerando no número de candidatos, fragmentando o segmento.
A representatividade
Ainda sobre as pelejas para a Câmara dos Deputados, com eleitorado equivalente ao do Cone Sul, a Zona da Mata Rondoniense tem obtido melhores resultados nas urnas. Atualmente conta com dois deputados federais: Jaqueline Cassol (PP) e Expedito Neto (PSD). Não é o caso do Vale do Jamari com maior número de eleitores que o Cone Sul e Zona da Mata. A região tem fracassado na disputa por representantes à Câmara Federal. A grande Ariquemes quer descontar os atrasos agora na eleição de 2022 projetando candidaturas competitivas, como as do ex-prefeito Thiago Flores e do ex-deputado Tziu Jidaias.
As manifestações
A base ruralista do presidente Jair Bolsonaro pretende gerar uma grande demonstração de força nas solenidades alusivas ao Sete de Setembro em Brasília. Caravanas rondonienses estão em formação para o acompanhamento das manifestações no Distrito Federal, algumas ao custo de R$ 1 mil reais por cabeça. Fica combinado entre as lideranças bolsonaristas no estado que as lideranças dos municípios que não conseguirem montar os comboios de manifestantes para Brasília, devem se posicionar nas suas próprias cidades.
A antecipação
A antecipação do processo sucessório presidencial não interessa ao país, já que acirra os ânimos, é mais dispendiosa para as esferas federais que trabalham na reeleição do presidente da República e causa os mesmos efeitos desgastantes nos governadores dos estados interessados em pleitear o Palácio do Planalto adotando medidas politiqueiras também. Numa polarização danosa, a classe política acaba se esquecendo das grandes causas nacionais, como o combate ao covid que ameaça fugir do controle novamente, a fome, a pobreza, a inflação e ao desemprego alarmante que toma conta do País.
Dupla afinada
O prefeito de Porto Velho Hildon Chaves (PSDB) e sua esposa Ieda formam uma dupla afinada na administração de Porto Velho. São eficientes, contam com uma avaliação positiva da população e se prepararam para enfrentar as urnas no pleito de 2022. Hildon aguarda definições dos aliados Expedito Junior e Marcos Rogério e dependendo da situação pode disputar o governo do estado, uma exigência do Diretório Nacional. Por sua vez, Ieda tem tudo para ascender politicamente e desbancar lideranças tradicionais em disputa a cadeira da Câmara dos Deputados.
Via Direta
*** A representação feminina de Rondônia na Câmara dos Deputados, que tem Mariana Carvalho (Porto Velho), Jaqueline Cassol (Cacoal) e Silvia Cristina (Ji-Paraná) terá forte concorrência de predadoras com garras afiadas para o pleito de 2022 *** Na Região do Café e Zona da Mara, a volta de Marinha Raupp (MDB), na região de Porto Velho Ieda Chaves (PSDB) e Cristiane (Podemos) *** Silvia Cristina não tem concorrentes femininas fortes na capital da BR, mas pode enfrentar um osso duro de roer na disputa: o ex-prefeito de Ji-Paraná Jesualdo Pires que ainda estuda o cenário político para se posicionar *** Precavida, a parlamentar da capital da BR está ampliando seus redutos eleitorais para Porto Velho e Bacia Leiteira e já corre trecho pelo estado na batalha pela reeleição.
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POLITICA & POLÍTICOS (CARLOS SPERANÇA)
Colunista político do Jornal "DIÁRIO DA AMAZÔNIA", Ex-presidente do SINJOR, Carlos Sperança Neto é colaborador do Quenoticias.com.br. E-mail: csperanca@enter-net.com.br