Ministros encaram prova de fogo com nova pressão da Lava Jato e se manifestam

Manifestação dada por ministros poderá guiar investigações da operação.
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) entraram em situação complicada com o andamento da maior operação anti-corrupção do Brasil, a Lava Jato. O Supremo quer dar seu parecer em três decisões importantes envolvendo as investigações e ainda lidam com a forte pressão popular de apoio à Lava Jato. As decisões serão certeiras: ou irão abalar as investigações ou irão consolidá-las. Veja a seguir o que os ministros do STF pretendem debater.
Para o Supremo, a forma como a Lava Jato conduz as investigações deixou um ponto de interrogação sobre o direito atribuído pelos investigadores, alertando também outras operações que citam ser um “rastro de dúvidas”.
Os acordos de delação premiada que são firmados envolvendo a Procuradoria Geral da República (PGR) e o Ministério Público Federal (MPF) estariam causando transtorno. Em um episódio recente, o ministro Ricardo Lewandowski devolveu para a Procuradoria o acordo de delação do marqueteiro Renato Pereira. Segundo o ministro, a colaboração estava em aspecto “ilegal”. Com isso, surgiu uma discussão de que os acordos de delação para serem homologados caberia a um “jogo de loteria”. Ou seja, teriam que ver na sorte se o ministro irá dizer “sim” ou ”não” para a delação.
Uma outra decisão do STF mexe com o Ministério Público, em que se abriria espaço para fazer uma revisão de penas dos réus colaboradores nas investigações. O STF estaria “de olho” para reduzir o tempo de cadeia de réus que colaboraram com as investigações, acreditando que se não fizerem isto, delações como a do ex-ministro Antonio Palocci e de Léo Pinheiro, da OAS, nem irão surgir.
O ex-ministro do STF Carlos Velloso avaliou que a Suprema Corte precisa se manifestar sobre essas questões.