Milagreiros em falta + Eleições 2020 + Sem palanque + Macacos velhos
Milagreiros em falta
Quando o economista Rafael Correa se elegeu presidente do Equador, em 2006, e agora, com a eleição do também economista Luiz Arce, na Bolívia, ficou claro que o eleitor escolheu um especialista para lidar com o problema que mais complicava sua vida: a economia. Se essa regra valesse no Brasil, um médico – outro Juscelino Kubitschek – poderia chegar à Presidência, considerando a pesquisa Decisores da Amazônia, pela qual três em cada quatro pessoas apontam a saúde como o maior problema.
Pelo Brasil afora a situação não é diferente. Mas se JK foi um sucesso de mídia e projetou uma bela imagem do Brasil no exterior, fracassou na economia. Desde sua época a economia é apenas um de muitos problemas e por isso os eleitores dão sinais de que pretendem sempre eleger um milagreiro. Em lugar de JK, por exemplo, o eleitor escolheu alguém que considerava sábio, peitudo, decidido e capaz de fazer milagres com uma vassoura: Jânio Quadros. Que em poucos meses trocou os pés pelas mãos e fracassou em tudo, entregando o país a uma crise generalizada.
Milagres, já se viu, não dão em árvores e raramente saem das urnas. Se eventualmente pudessem vir das árvores, os milagres certamente não brotariam de incêndios florestais ou derrubadas clandestinas para comércio ilegal. Resolver problemas não é tarefa para um falso milagreiro, mas para muitos especialistas.
Eleições 2020
Com o reforço do deputado federal Leo Moraes (Podemos) a candidata do PP, Cristiane Lopes espera uma virada contra o prefeito tucano Hildon Chaves (PSDB) que busca a reeleição neste segundo turno. Como se sabe, o deputado Leo Moraes era considerado favorito na peleja, desistiu e recentemente se incorporou a campanha da vereadora. Até agora, tanto o ex-governador Ivo Cassol, como a deputada Jaqueline não apareceram na campanha. Estão invisíveis.
Lado tucano
No lado tucano quem está invisível é o ex-senador Expedito Junior, aconselhado a ficar de fora, já que sua presença na campanha do prefeito tucano supostamente causaria prejuízo. As coisas estão assim: Cristine oculta Ivo e Jaqueline, Hildon Expedito Junior. Estamos nos últimos dias de campanha e deve sair ainda mais uma pesquisa do Ibope, provavelmente referendando a vantagem do tucano desde o primeiro turno sobre sua oponente.
Festividades
Durante a semana - e devem seguir durante os próximos dias - seguem as festividades relativas a criação dos municípios de Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal, Pimenta Bueno e Vilhena, todos completando 43 anos de emancipação política administrativa do município mãe, Porto Velho, criados por decreto pelo presidente Ernesto Geisel em 1977. Até então, o Território Federal de Rondônia contava apenas com dois municípios: Porto Velho e Guajará Mirim. A explosão migratória ocorreu ao final dos anos 70.
Sem palanque
O governador Marcos Rocha, que começa a tocar seu projeto de reeleição, acabou ficando sem palanque no segundo turno em Porto Velho em vista da derrota do ungido Breno Mendes (Avante). Outro governadorável que ficou sem palanque foi o deputado federal Lucio Mosquini do MDB, com Williames Pimentel tendo um desempenho vexaminoso. Para os adversários, eles - Rocha e Mosquini- foram os grandes derrotados e os reflexos virão nas eleições de 2022.
Macacos velhos
Em alguns estados, os macacos velhos da política se deram bem, como em Curitiba com o prefeito Rafael Grecca se elegendo em primeiro turno. Já, em Manaus, o ex-governador Amazonino Mendes chegou ao segundo turno e agora tem dificuldades de emplacar seu nome. Mas muitos dos candidatos novos, como em Recife, são oriundos de famílias tradicionais, como João Campos, filho do falecido governador Eduardo Campos e neto de Miguel Arraes. Tratando-se de Rondônia os clãs políticos mais tradicionais perderam o vigor depois de 30 anos de hegemonia.
Via Direta
*** Muitos temas importantes ficando fora dos debates dos candidatos no segundo turno em Porto Velho *** Pouco se fala do novo Plano Diretor, da nova rodoviária, providências contra invasões, barreiras de contenção no Madeira e loteamentos clandestinos esquecidos *** Segue a novela da construção do Centro Político e Administrativo do Acre, em Rio Branco. A primeira grande alteração do projeto inicial foi a mudança do local da obra, orçada em R$ 300 milhões ***A edificação terá contrapartida de quase R$ 80 milhões do Banco do Brasil, lembrando a negociação feita em Rondônia quando da construção do nosso CPA, iniciado pelo governador Ivo Cassol e concluído pelo governador Confúcio Moura *** Os prefeitos eleitos já quebram a cabeça com os orçamentos reduzidos por conta da pandemia.
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POLITICA & POLÍTICOS (CARLOS SPERANÇA)
Colunista político do Jornal "DIÁRIO DA AMAZÔNIA", Ex-presidente do SINJOR, Carlos Sperança Neto é colaborador do Quenoticias.com.br. E-mail: csperanca@enter-net.com.br