Martín Vizcarra assume a presidência do Peru, após renúncia de Pedro Pablo Kuczynski

Martín Vizcarra assumiu na tarde desta sexta-feira (23) como o novo presidente do Peru ao ser juramentado pelo Congresso, pouco depois que o Legislativo formalizou a renúncia de Pedro Pablo Kuczynski.
Vizcarra, um engenheiro civil de 55 anos, jurou diante do Congresso após às 13h locais (15h, pelo horário de Brasília), em uma cerimônia na qual o chefe do legislativo, o opositor Luis Galarreta, colocou a faixa presidencial.
No seu solene discurso perante o Congresso, Vizcarra abordou diretamente a questão da corrupção generalizada e as práticas desonestas que marcaram o final da presidência do seu predecessor, Pedro Pablo Kuczynski, assim como a inimizade e a disputa entre os poderes do Estado.
Pediu que seu governo que começa hoje marque um “ponto final” nessa época e que inicie uma “refundação institucional do país onde a democracia e o respeito pelo país sejam bandeiras”.
Vizcarra já foi chefe do governo regional do estado de Moquegua (2011-2014), região mineradora do sul do Peru marcada por desigualdades. Era até então o primeiro vice-presidente e embaixador do Peru no Canadá.
Kuczynski, conhecido no país como PPK, apresentou sua carta de renúncia na quarta-feira, na véspera do que seria o segundo julgamento de impeachment que enfrentaria. Nesta sexta-feira, após o vazamento de uma resolução preliminar do Congresso, ele ameaçou retirar a carta para que a denúncia prosseguisse. O texto o apontava como traidor da pátria, e Kuczynski alegou que queria se defender.
Renúncia de PPK
Após meses com o mandato ameaçado devido aos vínculos de empresas ligadas a ele com a construtora Odebrecht, Kuczynski jogou a toalha na quarta-feira, um dia antes de se submeter a um processo de impeachment no Congresso.
Sua saída foi precipitada pela divulgação de vídeos, insinuando que seu governo estava tentando comprar votos de congressistas para se manter no poder.