Marcas do desastrado governo Confúcio (parte I): a feira do livro que nunca aconteceu

30 de junho de 2025 120

A inovação de nomear um secretário de educação carente de escolaridade compatível com o cargo produziria o maior vexame da história da Seduc

Dentre as inúmeras patuscadas ocorridas durante o período em que Rondônia teve Confúcio Moura à frente de seu Poder Executivo, com direito a afilhados sendo buscados pela polícia em seu apartamento e um primeiro-cunhado de fazer inveja a Ângelo Angelin e Valdir Raupp, uma que marcou a história da educação foi uma tal Feira do Livro, fruto da fértil imaginação daquele que foi o primeiro secretário de estado de educação sem formação superior.
Sabe-se lá por que cargas d’água, Confúcio voltou de uma viagem que fizera na companhia do rapaz anunciando-o como novo secretário de educação. Desconhecedor não apenas dos meandros do sistema escolar, que nuca fora seu forte, o novo secretário não tardaria a instalar na sede da secretaria uma assessoria de arrepiar os cabelos da peruca. Não tardou que nas rodas de conversa do fim de tarde na sede da secretaria, a essa época a poucos metros do conhecido bairro do Mocambo, surgisse uma ideia, que por si só até não era tão má: uma feira do livro. Mas o devaneio transformou o que seria exequível em algo bem maior: seria a 1ª Feira Literária Internacional de Rondônia.
O problema é que o novo secretário, desprovido de uma educação formal que minimamente o qualificasse, e contando, para manter-se no cargo, apenas com a simpatia de que desfrutava junto ao governador, não demonstrava ter a menor noção de como se procede, ou se deve proceder, na administração pública. E sempre cercado de jovens, que faziam suas vontades, não atentou para a voz dos mais experientes. Acreditou que a informalidade era o caminho para tornar seu sonho realidade. E o sonho era agora ainda maior, acrescido de um concurso estadual de biografias e um concurso estudantil de poesias.
Viajou para São Paulo, por conta dos cofres públicos, é claro. Lá reuniu-se com editores, tirou fotos com escritores, retornando para Porto Velho cheio de novidades. Tomado pelo ânimo que seus assessores lhe injetavam, convocou reuniões, distribuiu cargos, atribuiu tarefas, fez parcerias. A uma bibliotecária federal deu a função de coordenadora da feira do livro. Mas nada de verificar a disponibilidade orçamentária, nada de firmar termos de convênio, nada de empenhar. Tudo de boca. No papel, só as notícias impressas nos jornais e as peças publicitárias, em cartazes e folhetos. E as reuniões com os jovens assessores se estendendo pelas noites de insano delírio.
Aconteceu que, num momento de raciocínio mais conectado com a realidade, Confúcio percebeu que não tinha mais como manter à frente da pasta da educação alguém com perfil tão estranho ao meio. Nomeou uma professora para o cargo, mas não abandonou seu acólito. Acomodou-o em um cargo menor. E a bibliotecária federal sobre cujos ombros recaíra a responsabilidade de coordenar a tal feira tinha agora a missão de desvencilhar-se das inúmeras pessoas que a procuravam acreditando que toda a conversa tinha algum fundamento. E que, de fato, havia um projeto governamental de realizar o evento internacional. E quando as indagações chegavam ao governador, a mesma resposta de sempre: “cada um tem o seu CPF”.

Fonte: AOR OLIVEIRA
O QUE DA NOTICIA (AOR OLIVEIRA)