Mais um ativista crítico de Putin é preso na Rússia

28 de fevereiro de 2024 80

Oleg Orlov, co-fundador do grupo de direitos humanos russo Memorial, foi condenado a dois anos e meio de prisão pelo tribunal de Moscou nesta terça-feira (27).

A acusação

A acusação contra Orlov foi decorrente de seu envolvimento em protestos contra a invasão da Ucrânia e pela publicação de um artigo crítico ao presidente russo, Vladimir Putin. No artigo intitulado “Eles queriam fascismo. E conseguiram”, Orlov acusa Putin e parte da população russa de serem responsáveis pelo “assassinato em massa do povo ucraniano” e por prejudicar o futuro da Rússia.

Reação a condenação

Em resposta à condenação, Orlov afirmou que ela “mostra que o meu artigo estava correto”. O julgamento foi acompanhado por apoiadores e diplomatas ocidentais. Segundo a acusação, Orlov teria expressado “ódio político pela Rússia”. Suas ações violaram leis introduzidas após o início da guerra, que resultam em prisão para quem ataca ou espalha informações consideradas falsas sobre as Forças Armadas russas pelo governo de Moscou.

O grupo Memorial

O Memorial, um dos mais antigos grupos de direitos humanos da Rússia, venceu o Prêmio Nobel da Paz em 2022 em conjunto com Ales Bialiatiski da Belarus e o Centro para Liberdades Civis da Ucrânia. Criado em 1989 para documentar as vítimas do stalinismo, o grupo foi proibido e desmantelado pela Suprema Corte russa, que o considerou um “agente estrangeiro”. A condenação de Orlov é vista pelo Memorial como “uma tentativa de sufocar as vozes dos movimentos de direitos humanos da Rússia”.

Contexto recente

Esta condenação ocorre após a morte do proeminente dissidente russo, Alexei Navalni, sob circunstâncias não explicadas numa colônia penal no Ártico russo. Este caso e outros tornaram cada vez mais evidente o clima de repressão na Rússia para vozes dissidentes e oponentes do regime.

Fonte: Redação O Antagonista