Lula dobra a aposta e dólar renova recorde

O presidente manteve o tom crítico à independência do Banco Central e ao corte de despesas, com isso a cotação da moeda americana voltou a renovar o mais alto nível desde janeiro de 2022.Na sessão de segunda-feira, a divisa dos Estados Unidos fechou a 5,66 próximo às máximas do dia.
A estratégia adotada pelo petista de manter o proselitismo dos discursos de campanha eleitoral com o que deveria ser um contraponto do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, parece não estar funcionando. O ministro bem que tentou acalmar os mercados indicando que a pressão cambial se deve a ruídos, mas sem efeito sobre os investidores.
A alta do dólar tem pressionado também a curva de juros futuros, e o mercado precifica mais de 1 ponto percentual de alta na Selic até o fim do ano. Embora a maior parte do preço aparente ser prêmio de risco em função dos ruídos criados por Lula, o movimento vai colocando cada vez mais pressão sobre o Banco Central.
Nesta terça-feira, 2, o petista tem mais uma entrevista pela manhã e uma cerimônia pública. Dado o comportamento desde que começou a trabalhar pelas campanhas municipais, o presidente deve manter o discurso agressivo contra o Banco Central.
O contraponto pode vir de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, que participa de evento em Portugal ao lado dos presidentes do FED (Federal Reserve), Jerome Powell, e do Banco Central Europeu, Christine Lagarde.
Na agenda econômica, destaque para o relatório Jolts nos Estados Unidos, que deve mostrar um desaquecimento no número de vagas abertas no mercado de trabalho americano. Em abril, o levantamento mostrou abertura de 8,056 milhões de postos. A expectativa para maio é de queda para 7,950 milhões.
Caso o número se confirme e o mercado faça ouvidos moucos às bravatas do presidente Lula, há uma chance de um arrefecimento no dólar.
Depender do petista, no entanto, não tem apresentado resultados muito positivos.