Já que você em quem paga, que tal escolher políticos melhores em outubro
PARADOS
Agora há uma boa desculpa: a Copa do Mundo. É na verdade um escapismo. O certo é que todos os pré-candidatos, inclusive os mais luzidios, ao governo do estado continuam parados. Não revelam apoios, não tem agendas, não surgem nas pesquisas, não se tornam empolgantes. Rondônia repete um velho costume: deixar para a última hora das convenções partidárias as definições sobre as chapas. Até agora nada está verdadeiramente alinhavado, nem nos chamados partidões.
EMPOLGAÇÃO
E assim, nem nas fileiras do MDB há clareza sobre a formação da chapa para disputar o governo rondoniense. Maurão de Carvalho, presidente da Assembléia, continua na posição de pré-candidato. Mas é um dos nomes menos empolgante no atual cenário político. Movimenta-se muito pelo interior (usando a máquina do Legislativo) sem conquistar apoio de verdade. As loas que recebem são sempre de quem cavou um cargo, uma benesse no Legislativo Estadual, mas isso é pouco para conseguir, por exemplo, ate um bom candidato vice. Há nesse momento nomes diversos no próprio MDB decididos a dar apoio a candidatos de outros partidos, não se aliando ao atual presidente da Assembléia que já é considerado uma espécie de cavalo paraguaio nessa corrida.
DINHEIRO SEU
Costumam falar cotidianamente que os brasileiros estão sentido asco dos políticos e por isso deverão resistir ainda mais ao voto na eleição desse ano. O resultado da eleição no Tocantins para a escolha do governo tampão mostrou o tamanho do desinteresse do eleitor.
Tomara que esse alheiamento não seja a praxe, pelo menos nos estados como Rondônia. Seria simplesmente jogar dinheiro fora, quando se sabe que a destinada pelo Tesouro à campanha eleitoral, R$ 1,7 bilhão. É dinheiro saindo do nosso bolso. E tem mais: o contribuinte também é quem paga os R$ 888,7 milhões do Fundo Partidário que sai do Orçamento da União.
Já que nós, brasileiros, somos tão gentis com nossos políticos, que tal escolher deputados (estaduais e federais), senadores, governadores e presidente lembrando-se daqueles que tiverem desempenho ruim e mesmo assim estão doidos para ganhar um novo mandato. Já que é a gente que paga, seria melhor renovar o quadro nos legislativos e também no Executivo.
BOLSONARO
Entre 204 investidores sondados pela XP Investimentos (do grupo Itaú), 48% acreditam que Jair Bolsonaro vencerá as eleições.
CALUDA
Ninguém ligado aos órgãos de controle externo no estado de Rondônia falou alguma coisa sobre a compra pela Assembleia de várias dezenas de telefones celulares de última geração para os deputados e assessores do tipo aspones. Ninguém sabe as justificativas para esse verdadeiro festival de torrar dinheiro público. O assunto deveria estar sendo rigorosamente investigado pelos MPs da vida... Pelo visto, o assunto vai cair no esquecimento, tal e qual o milionário e inútil gasto da gestão de Maurão, criando a TV Legislativo. Uma dessas coisas que ninguém sabe e ninguém viu, já que sua audiência não passa de traço.
CASSOL
Diferentemente da situação jurídica de Ciro, a do senador rondoniense Ivo Cassol é muito diferente. A nova derrota imposta pelo STF na semana que passou, rejeitando o recurso apresentado pela defesa de Cassol e mantendo sua condenação deve impedir, sim, o projeto de Cassol em disputar o governo do Estado. Seria, na opinião de juristas, um risco muito grande tentar concorrer sub-judíce ao cargo de governador. O crime pelo qual Cassol foi condenado está no rol da Lei da Ficha Limpa, o que impede ao político registrar a candidatura para disputar o governo estadual.
OXIGENAÇÃO
Na semana que passou encontrei mais uma vez o advogado Caetano Neto, um pré-candidato ao Senado representando o estado de Rondônia. Fui uma das pessoas que estimulou Caetano a entrar nessa corrida. Ele demorou uns dias para aceitar o desafio. E ai está o Caetano percorrendo (como pode) o estado para explicar a importância da oxigenação da política rondoniense, lamentavelmente dominada por caciques que em nada orgulham ou dignificam essa terra. Oxigenar o sistema político é sempre positivo. Mas o novo pelo novo não diz muita coisa. E as velhas práticas precisam ser mudadas radicalmente. Para isso é preciso escolher gente nova e preparada. Capaz de verdadeiramente representar os anseios do estado. Eu boto fé no Caetano pelo conhecimento que tenho dele por décadas.
DOIS NOMES
Na eleição desse ano o eleitor poderá escolher dois candidatos ao senado. É preciso aproveitar a eleição de outubro para ser uma ponte para o futuro. Melhorar a representação do Estado na principal casa legislativa (o Senado) do Congresso depende do eleitorado votar nas melhores opções. Eu pelo menos já sei em que não votar. Todas vezes que ligo a TV Band News e vejo aquela carinha barbuda que aparece na propagando de seu principal programa de jornalismo, reforço minha convicção de que não votarei em nenhum senador constantemente colocado na passarela da corrupção. E assim ainda não defini os dois nomes que poderão receber o meu voto, embora tenha o convencimento de votar pelo novo, em alguém com ímpeto de restaurar no Brasil o império da honestidade.
O CAOS
O Brasil que queremos esbarra na Constituição antidemocrática vigente que criou esse monstro que hoje nos atormenta. Para político e servidor público tudo, para o cidadão comum (maioria) o que sobrar e se sobrar. Criaram-se assim três poderes ricos não ditando regras para uma nação pobre e até miserável. Essa situação nos remete ao regime militar em que éramos felizes e não sabíamos. Os ditos perseguidos de outrora hoje comandam o caos que aí está e alguns já presos por roubos ao Estado.
AUGÚRIOS
Um especialista em análise e auditagem de contas públicas comentou ontem que dificilmente Daniel Pereira terá coragem de disputar a reeleição. Vai tentar contornar os entraves da herança recebida de Confúcio para realizar qualquer coisa positiva em favor da população. Não há, segundo essa fonte, bons augúrios na gestão que Daniel vai conduzir até o final do ano.
CONTURBADAS
As contas de Rondônia são as mais conturbadas, desajustadas e irreparáveis entre as apresentadas nos balanços das 27 unidades da Federação. Fosse uma empresa privada já teria tido sua falência, e consequente liquidação decretadas. Daniel Pereira terá de fazer malabarismos para evitar um marasmo ainda maior na economia do estado e melhorar a sua governabilidade. Se conseguir isso terá, quem sabe, cacife para disputar algum cargo importante no futuro.
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