Incertezas e desalento
Há três situações claras em conflito às vésperas da posse do novo presidente e dos governadores eleitos pela primeira vez. A primeira é de expectativa. Se Natal e Ano Novo têm o poder natural de renovar esperanças, governante eleito pela primeira vez tem o direito a pelo menos cem dias de confiança – negar esse prazo é preconceito e falta de juízo.
A segunda é de incerteza, sensação que afeta investidores às voltas com uma realidade mundial complexa e um quadro nacional difícil. O presidente eleito, Bolsonaro, experimenta uma fórmula de governar acima dos partidos, apoiando-se em blocos temáticos. Há dúvida sobre se isso vai destravar o país ou aumentar a judicialização da vida nacional, já ampla.
A terceira é de desalento, ampliada no pós-Dilma porque Michel Temer falhou na tarefa de unir a nação.
Na Amazônia, há otimismo quanto ao combate à corrupção e à criminalidade. E, justificado ou não, há muito desalento quanto à manutenção das condições aplicadas à Zona Franca de Manaus.
Sofrendo as consequências da coroa de espinhos que a crise aplicou na indústria nacional, há o temor de que até um saldo altamente positivo seja ignorado. Cabe às lideranças da região exercer a política em seu nível mais elevado para defendê-lo.
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Apagar das luzes
No apagar das luzes do governo Temer, o Planalto decidiu fazer alguma coisa pela segurança pública, com novos programas de ação, bem como em investimentos na proteção e vigilância das fronteiras com o Paraguai e a Bolívia, por onde passa o grosso do tráfico de drogas – maconha e cocaína – e de armas pesadas para os morros de São Paulo e Rio de Janeiro, além do milionário contrabando de cigarros.
Radares móveis
Ao custo de R$ 140 milhões, o Ministério da Aeronáutica em parceria coma Força Aérea Brasileira está comprando radares moveis para fiscalizar as divisas brasileiras com o Paraguai – região de Foz do Iguaçu no Paraná e Ponta Porã no Mato Grosso do Sul – e da Bolívia, atendendo os reclamos de Rondônia e Acre. Lembrando que investimentos anteriores com as Vants (drones) fracassaram em 2016.
Um aliado, please!
Nos bastidores da Assembleia Legislativa se propala que o atual presidente da Casa de Leis Maurão de Carvalho, candidato derrotado ao governo do estado esta fazendo torcida para eleger seu sucessor. Neste caso, teria apoio para ocupar a secretaria geral do Parlamento estadual, cargo bem cobiçado nos meios políticos. Alguns deputados já defendem a ideia.
As despedidas
O governador tampão Daniel Pereira (PSB) e o presidente da Assembleia Legislativa Maurão de Carvalho (MDB) começam a contagem regressiva para a despedida dos respectivos cargos. Pereirinha começa 2019 já na direção do SEBRAE, já Maurão de Carvalho se dedica a até o final de janeiro a conclusão (falta à mobília) da moderna sede da Assembleia Legislativa do estado.
Falta planejamento
O prefeito Hildon Chaves (PSDB) reclama com carradas de razões da buraqueira causada pelas obras do PAC e da Caerd em Porto Velho. Ocorrem coisas irracionais na capital rondoniense: primeiro asfaltam as ruas para depois esburacar. Falta planejamento e entrosamento entre a prefeitura, Caerd e o DER. Quem paga o pago é o contribuinte com tantos quadrúpedes decidindo nossos destinos.
Via Direta
*** Com tantos contingenciamentos de recursos para 2019, visando ajustar o orçamento da União, cujo rombo aumenta dia a dia, Rondônia já esta de barbas de molho *** Obras importantes, como a Usina Hidrelétrica de Tabajara em Machadinho e a ponte binacional em Guajará Mirim, na fronteira com a Bolívia podem melar *** Já com a cabeça cheia com tantos problemas para resolver em janeiro, o governador eleito Marcos Rocha resolveu passar fora o Natal e o Ano Novo.
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POLITICA & POLÍTICOS (CARLOS SPERANÇA)
Colunista político do Jornal "DIÁRIO DA AMAZÔNIA", Ex-presidente do SINJOR, Carlos Sperança Neto é colaborador do Quenoticias.com.br. E-mail: csperanca@enter-net.com.br