IGUAL A HADDAD, FLÁVIO DINO TAMBÉM PRODUZ IDIOTICES A MAIS DE METRO
Flávio Dino, ministro da Justiça, não cansa de ter ideias geniais para resolver os complexos problemas do país. Depois de ter proposto censurar a internet como mecanismo para combater fake news, hoje veio à lume com duas ideias dignas de sua alta sabedoria.
A primeira é tornar hediondo ataques a escolas. Tal medida terá o mesmo efeito prático que hoje já existe com relação à extensa lista de crimes taxados pela legislação brasileira como hediondos. Entre eles está o tráfico de drogas, o qual de fato tem sido ferozmente abalado desde sua tipificação. Na realidade, em breve não haverá mais diferença entre crimes comuns e hediondos tamanha a fúria legislativa em tornar tudo algo hediondo.
Mais patético é que a aposta no punitivismo continua deixando intocado o complexo problema dos ataques, em que se misturam problemas psíquicos, sociais e ações de grupos de extrema direita. Pior, pois ignora o absoluto desprezo dos atacantes a qualquer punição e mesmo à própria vida, pois não raro muitos deles acabam ou se suicidando ou se colocando de modo tão flagrante contra a resposta policial a ponto de praticamente induzirem serem mortos por ela.
Dino apenas expressa o velho mofo do bacharelismo brasileiro que, conjugado com a impotente vontade política, tenta resolver os problemas do mundo com leis, penas e regramentos. Tal tipo de comportamento possui uma crença quase mística no poder da racionalidade jurídica e administrativa.
Mas o pior foi sua proposta de tipificar atentados contra membros do STF e chefes dos três poderes. Parece ter o douto ministro se equivocado e esquecido estarmos em plena República, não podendo a vida dos chefes de Estado ter mais valor que a vida do cidadão comum. Mas Dino não se importa com o espírito republicano, ele quer de volta o obtuso crime de regicídio, afinal pequenos imperadores nossos juízes e políticos já se acham, a lei virá apenas para confirmar essa crença.
E assim avança o governo Lula, com seus ministros crentes fiéis do poder tecnocrata: Haddad no poder dos labirínticos cálculos econômicos e Dino na capacidade de punições reverterem aquilo cuja raiz está no âmago de uma sociedade apodrecida. Ambos se levam profundamente à sério e acreditam mesmo estarem salvando o Brasil com canetadas e planilhas, quando tudo não passa de espuma pairando no caos de som e fúria. (por David Emanuel Coelho)
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