HÁ INDÍCIOS DE QUE A DERRUBADA DE MADURO ESTÁ PRÓXIMA

3 de janeiro de 2018 890
Infelizmente, o previsível começa a acontecer: pipocam na mídia global os textos sugerindo uma intervenção na Venezuela para dar um fim à tragédia humanitária em curso. Trata-se, evidentemente, de uma preparação psicológica para a opinião pública aceitar com mais facilidade uma operação que os donos do mundo já devem ter decidido lançar.
 
Sendo Maduro quem é, prevejo que priorizará a preparação de suas forças militares para resistirem à tentativa de deposição. E, com isto, vai bisar o erro que foi fatal para Dilma.
 
Assim que o processo de impeachment começou a engatinhar na Câmara Federal, ela virou samba de uma nota só: desistiu de governar e passava dia e noite obcecada em lutar contra ele. Seu governo se reduziu a uma prioridade única: evitar o defenestramento.
 
 
Cansei de alertar que a penúria, o desemprego e o encolhimento econômico eram os motores do impeachment. Que ela deveria, isto sim, propor algum pacote de medidas para evitar que o bolso dos brasileiros ficasse mais vazio a cada mês, caso contrário jamais conseguiria segurar o rojão.
...não pela via militar.
 
Incrivelmente, ela nada fez para dar o mínimo alento aos que arrancavam os cabelos. Insistiu na prioridade errada até o mais amargo fim.
 
Maduro também não conseguirá salvar seu governo se não tomar alguma iniciativa política ousada para começar a pacificar o país e tirar a economia do fundo do poço. Pela via militar, perderá.
 
É mais uma tragédia que se desenha nitidamente e eu não vejo como evitar, pelo menos com os atores políticos que estão no palco; falta-lhes discernimento e jogo de cintura para tanto. A chance de que desviem o Titanic venezuelano da rota que conduz ao iceberg é mínima, quase nula.
 
Isso trará consequências as mais funestas, como uma reestreia do malfadado intervencionismo estadunidense das décadas de 1960 e 1970 e o aprofundamento da guinada à direita na América do Sul.
A VISÃO DEMOCRÁTICA (POR CELSO LUNGARETTI )