GOVERNO LULA A SERVIÇO DO VEIO DA HAVAN

Tão logo Lula assumiu, Luciano Hang, conhecido pelo apelido de Veio da Havan, inaugurou nova fase de sua vida política. Aposentou a roupa de papagaio, verde e amarela, e fez contundente discurso aceitando o resultado das urnas e desejando boa sorte para o novo governo.
Muito diferente de seus discursos anteriores, quando chegou a ameaçar o fechamento de suas lojas caso o atual presidente saísse vencedor nas eleições. Inesquecível também foi seu importante papel de disseminador de fake news e teorias conspiratórias a respeito da urna eletrônica, tendo entrado, inclusive na rota de investigações. No auge da Pandemia, conforme revelado pela CPI, chegou a rifar a própria mãe em experimentos heterodoxos, tudo para suportar as teses médicas de Jair Bolsonaro.
Porém, Hang não cumpriu sua palavra de fechar suas lojas. Sequer a cumpriu quando milhares de pequenos comerciantes do interior brasileiro - das regiões do agro, sobretudo - fechavam suas portas e iam para as rodovias protestar contra a derrota de Bolsonaro. O Veio não fechou suas portas por um minuto sequer, afinal quem perde dinheiro só pode ser mané.
A explicação de suas ações veio agora, com a decisão do governo Lula, na pessoa de seu patético ministro da Fazenda, Haddad, em acabar com as isenções para compras internacionais abaixo de US$50,00. Ocorre que tal isenção tem sido usada pelas plataformas asiáticas de venda - Shein, Aliexpress, Shopee, etc. - para o comércio de produtos de seus vendedores, os quais enviam produtos da China para os consumidores brasileiros como se fossem pessoas físicas, se eximindo de pagar tributos de importação.
De apoiador número 1 do Bozismo, Hang virou torcedor de Lula. O $$ explica.
Esse tipo de ação tem ferido profundamente os negócios dos grandes varejistas nacionais, incluindo aí o senhor Luciano Hang, motivo porque eles se uniram já há alguns anos para pressionar o governo em prol de extinguir tal isenção de compras e, deste modo, frear o crescimento das plataformas asiáticas. Primeiro, foram atrás de Paulo Guedes, que aceitou de imediato a ideia. No entanto, seu chefe, o ex-presidente fujão, mais perspicaz, sacou logo a impopularidade de tal medida e barrou a ideia.
Assim, a bomba viria a explodir no colo de Lula, cuja prepotência só não é maior que sua certeza da burrice do povo. Buscando ficar bem junto a um setor hostil a seu partido e a ele mesmo, seu governo aceitou o lobby dos varejistas e irá extinguir a isenção, aumentando em pelo menos 60% do valor dos produtos comprados nas plataformas.
Na prática, essa medida é o fim de uma medida de isenção fiscal, nesse caso voltada às classes médias e populares. É interessante, portanto, que a primeira medida de isenção a ser sustada não seja uma dirigida ao grande capital, mas aos trabalhadores comuns, incidindo diretamente em sua capacidade de consumo e encarecendo seu custo de vida, em momento já de escalada inflacionária.
Um governo que prometeu taxar os ricos e fazer uma reforma tributária justa e progressiva, sintomaticamente inicia seu mandato ampliando o arrocho tributário sobre as classes trabalhadoras, tudo para agradar um dos setores mais reacionários e ignóbeis do capitalismo brasileiro.
Agora estou mais tranquilo: se Haddad explicou é porque é um erro mesmo.
É também esclarecedor do que é o Estado no capitalismo, pois os mesmos empresários que supostamente reclamavam do peso da máquina estatal na sociedade foram até o governo exigir mais tributação para torpedear seus competidores. Não é novidade, pois ao longo da história capitalista, taxas e medidas alfandegárias foram usadas a torto e direito pelas burguesias ao redor do planeta para impedir ou dificultar a entrada de competidores estrangeiros ou melhorar as vantagens competitivas de seus próprios produtos em mercados externos. Estado mínimo apenas para lucros máximos.
De qualquer forma, o veio da Havan agradece esse grande presente concedido por Lula. (por David Emanuel Coelho)
Posted by David Emanuel
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