Gelo derrete + recorde de candidatos ao governo + A regionalização
Gelo derrete
Parte da Teoria do Caos, o Efeito Borboleta considera que o bater das asas de um inseto no hemisfério Norte pode causar um ciclone no Peru. E se o ciclone hipotético provocar o derretimento de geleiras, fazendo-as diminuir 50% no Peru e 30% nos Andes tropicais? Ciclone à parte, o aquecimento global é acusado de causar de fato a desastrosa redução das geleiras sul-americanas, nas percentagens citadas e não só na mera hipótese. Isso ocorre desde 1980, quando começou a medição.
Gelo derretido é mais água correndo, mas isso pode não ser bom se resulta de desequilíbrio natural, a julgar pelo relatório anual da Organização Meteorológica Mundial (OMM) sobre a situação do clima na América Latina e no Caribe. Sua leitura lembra as novelas de Stephen King: até começa leve, mas duas páginas adiante já instala o clima de terror. Nesse caso, a geleira derretida vai piorar a vida dos sul-americanos. Inicialmente, por decorrer do aquecimento além da conta. Depois por originar mais um quadro de crise hídrica e levar à insegurança alimentar.
A grande vantagem do relatório da OMM sobre as profecias apocalípticas é que os profetas não sugerem nenhuma saída para impedir os quatro cavaleiros da desgraça – peste, guerra, fome e morte –, de assolar o mundo antes do Armagedom. O relatório, ao contrário, sugere os meios viáveis para evitar a pior história de terror de todos os tempos.
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Um recorde
Com recorde de candidatos ao governo de Rondônia, o pleito de outubro contará com sete postulantes. Seis nomes já militando e um deles, do Partido Agir, inteiramente desconhecido. Ivo Cassol (PP-Rolim de Moura), Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho), Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná), Leo Moraes (Podemos-Porto Velho), Daniel Pereira (Solidariedade-Porto Velho), Pimenta de Rondônia (PSOL-Porto Velho) e Valclei Queiroz (Agir- Porto Velho). Cinco postulantes com reduto na capital, fragmentando o eleitorado da capital, num baita processo de canibalismo.
Ninguém recuou
Muita gente acreditava que era só o ex-governador Ivo Cassol, novo favorito geral para a eleição deste ano bater o pé que Marcos Rogério (PL) e Leo Moraes (Podemos) pulariam fora desistindo da eleição, com o rabo entre as pernas. Não foi o que aconteceu e ambos promoveram duas grandes convenções no final de semana demonstrando que podem entrar em campanha para valer. Marcos Rogério já com a chapa completa, Leo Moraes ainda desfalcado dos seus candidatos a vice e ao Senado e perigando desistir. Se os dois fizerem as contas vão constatar que já estão com as suas asas avariadas por Cassolão.
Tem motivos
Mas tanto Marcos Rogério como Leo Moraes teriam seus motivos para se manter no jogo. O primeiro deles é que consideram o registro da candidatura de Ivo Cassol provisório e que pode ser revertido nas instâncias superiores. Caso a coisa se prolongue o jogo de estratégia seria carimbar a testa de Cassolão como candidatura sangrando, minando a confiança do eleitorado na reta final. Ambos também apostam no apoio do eleitorado jovem, majoritário no estado. Não bastasse, Ivo conta com um calcanhar de Aquiles na capital que vai exigir um bom marketing da sua equipe.
A regionalização
Na disputa ao Senado, tudo virou de cabeça para baixo com a liberação do senador Acir Gurgacz (PDT-Ji-Paraná) para a reeleição. É possível constatar uma regionalização das candidaturas: Mariana Carvalho mais forte na capital, Acir Gurgacz predominando na região central e arredores, Jayme Bagatoli no Cone Sul rondoniense, Jaqueline Cassol (Nas regiões do Café e da Mata), Claudia Moura (MDB) no Vale do Jamari. Voltando Expedito (PSD-Rolim de Moura) vai fragmentar ainda mais o eleitorado nestas regiões e no sul do estado.
O Bolsonarismo
Como na disputa ao governo estadual, o bolsonarismo no confronto ao Senado também está rachado. Uma parte deste segmento, ligado ao governador Marcos Rocha, com Mariana Carvalho, outra porção ligada a Marcos Rogério, com Jaime Bagatolli. Como o bolsonarismo em Porto Velho (um terço do eleitorado) não é expressivo, os adversários do presidente Jair Messias podem levar vantagem por aqui garantindo uma boa votação para seus postulantes ao governo e ao Senado da Frente Democrática. Mas tem muita coisa ainda indefinida com muitas idas e vindas nas composições políticas – inclusive desistências.
Via Direta
*** O ex-deputado federal Carlos Magno (Podemos -Ouro Preto do Oeste) que ficou de fora da eleição a ALE, barrado no baile pelo diretório estadual poderá ser reabilitado ainda como vice numa composição negociada com Ivo Cassol *** Como se sabe ele foi vetado em convenção na disputa de uma cadeira a Assembleia Legislativa *** Paraná e Santa Catarina seguem recebendo contingentes de trabalhadores na construção civil e nos frigoríficos procedentes de Rondônia e do estado do Pará *** Também os polos de confecções do sul estão recebendo operários rondonienses oferecendo melhores salários *** Como se vê, embora tenha um agronegócio poderoso, Rondônia segue perdendo contingentes na migração interna (PR e SC) e para o exterior, EUA, Portugal e Espanha
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POLITICA & POLÍTICOS (CARLOS SPERANÇA)
Colunista político do Jornal "DIÁRIO DA AMAZÔNIA", Ex-presidente do SINJOR, Carlos Sperança Neto é colaborador do Quenoticias.com.br. E-mail: csperanca@enter-net.com.br