ENTRADA DE LEÃO, SAÍDA DE BUFÃO: O BOZO VAI DESISTIR DA MICARETA GOLPISTA
mônica bergamo
BOLSONARO PODE ESVAZIAR 7 DE SETEMBRO
SE MILITARES CHEGAREM A ACORDO COM TSE
Os ministros de Jair Bolsonaro que têm maior trânsito na área política afirmam que o presidente da República pode, enfim, aceitar um armistício com o Tribunal Superior Eleitoral e colocar fim a uma disputa que, na visão de diversos estrategistas de sua campanha eleitoral, só traz desgaste e tira votos.
Caso isso ocorra, a ideia é esvaziar os ataques previstos contra o Judiciário no dia 7 de setembro, dando às manifestações um caráter mais festivo e de apoio eleitoral a Bolsonaro.
De acordo com integrantes da equipe de campanha, boa parte do eleitorado que já simpatizou, mas hoje reluta em votar nele, afirma em pesquisas que prefere um presidente que resolva seus problemas, e os do país –e não que fique arrumando briga quase o tempo todo.
A condição para o fim, ao menos temporário, da tensão seria o TSE aceitar pelo menos algumas das principais sugestões do Ministério da Defesa que foram inicialmente descartadas pela Corte.
Os militares queriam, p. ex., que o tribunal autorizasse a publicação de arquivos de dados dos boletins de urna, com os votos registrados e apurados em cada máquina.
Se o novo presidente do TSE, Alexandre de Moraes, aceitar as propostas, os militares darão o sinal verde para que Bolsonaro sele a paz com a corte –ao menos até o fim do ciclo eleitoral.
Há algumas semanas, Bolsonaro já vem baixando o tom dos ataques ao TSE. E percebeu, de volta, sinais de distensionamento.
Na terça, como uma de suas últimas medidas na presidência da Corte, o ministro Edson Fachin atendeu a pedido do Ministério da Defesa e autorizou a entrada de nove militares no grupo que inspeciona o código-fonte das urnas eletrônicas.
E ampliou de 12 para 19 de agosto o prazo para as Forças Armadas concluírem esta análise. (por Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo desta 4ª feira, 17)
TOQUE DO EDITOR – Colunista que está sempre informando em primeira mão o que se articula nos bastidores dos Poderes, a Mônica antecipa que o Bozo desistirá daquilo que os crédulos acreditavam que seria nova tentativa de autogolpe e eu sempre afirmei que não passaria de mais um fiasco como o do Dia da Pátria de 2021 ou de mais um blefe como os que o bufão aplica aos montes.
É claro que a Mônica não pode escancarar o que está por trás da notícia, mas isto faço eu:
— a autorização do Fachin para mais nove militares irem desperdiçar tempo vistoriando as urnas, dada no dia em que se despedia da presidência do TSE, seria totalmente incompreensível se não fizesse parte de um pacto já firmado com o cape..., quer dizer, com o Bozo;
— o vazamento seletivo da informação de que o histrião pretende desarmar o picadeiro do 7 de setembro é a peça que faltava para completar o quebra-cabeças;
— na verdade, os militares agora farão algumas sugestões anódinas e o TSE, conforme combinado, as aceitará;
— aí o Bozo poderá sair pela tangente, desistindo de um braço-de-ferro que perderia e, ainda por cima, cantando vitória.
Não me enganem, pois eu não gosto. (por Celso Lungaretti)
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