Em Forte Desabafo Cármen Lúcia ‘Rebaixa’ Lula, Fala Em Justiça Cega E Revela Pressentimento

17 de março de 2018 352

A presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra #Cármen Lúcia, concedeu uma entrevista à revista IstoÉ e falou do grande momento de tensão vivido pela Suprema Corte.

Na concepção da ministra, o Supremo nunca esteve sob tanta eletricidade político-jurídica como está acontecendo agora. Porém, uma coisa a ministra ressaltou: ela não se deixa abater por nenhuma pressão principalmente daqueles que tentam a todo instante livrar o ex-presidente Luiz Inácio #Lula da Silva de uma possível prisão.

Numa de suas conversas, ela disse que o momento atual é um dos mais complexos da nossa história. Existem muitos assuntos mal compreendidos e desafios que surgem diariamente.

A ministra revelou que sua atuação dá a impressão que não agrada ninguém. Nos tempos em que era professora, ela disse que sempre tinha um ou outro aluno que não gostava dela devido às notas baixas. Quando se tornou juíza, ela sabia que 50% não gostavam dela, que seriam aqueles que não eram absolvidos por ela. Na presidência do Supremo, Cármen tem a impressão de que ninguém gosta dela.

Pressões
As pressões contra elanão param e tudo tem o objetivo de tentar alterar o entendimento sobre o cumprimento da prisão após condenação em segunda instância, que segundo ela, seria um retrocesso gigantesco no combate à corrupção.

No começo da semana, cinco ministros do #STF tentaram conversar com a ministra para que fosse colocado na pauta da Corte esse possível novo entendimento. Na quarta (14), um grupo de parlamentares pediram ajuda para Lula.

O advogado do ex-presidente, o ex-ministro Sepúlveda Pertence, também se reuniu com Cármen na quarta.

A ministra deixou claro em todos os encontros que não mudará a sua opinião sobre o caso do petista. Segundo ela, não se pode levar em conta na Corte a popularidade do ex-presidente. “As alegações de Lula ou as de qualquer outro preso que eu condenei tem o mesmo peso”, declarou. Para Cármen, essa é a essência do conceito de justiça cega.

A ministra afirmou que mudar o entendimento sobre esse assunto agora, é não seguir a evolução do pensamento da sociedade e sim, apenas trabalhar em prol de um condenado que foi ex-presidente da República.

Exemplo americano
Cármen Lúcia ressaltou que o correto seria que os pedidos de revisão sobre algum entendimento da Corte fossem feitos apenas por quem venceu a votação e não pelos perdedores.

Ela afirmou que na Suprema Corte Americana, apenas os vencedores de uma votação podem pedir revisão de um certo posicionamento.

Isso é para evitar que o perdedor fique perturbando até que ele consiga alterar os procedimentos conforme a sua vontade