Direito de resposta

3 de agosto de 2018 535

Peço desculpas ao leitor Wéliton de Oliveira ("Voto", Diário, 2/8) por ter-se sentido ofendido ao eu considerar "estúpidos" e nocivos à prática da democracia cidadãos que vão às urnas para anular seu voto. Usei essa adjetivação não para menosprezar, mas apenas para qualificar gente sem discernimento ou bom senso, que age sem prestar atenção nas consequências de seus atos. O que se quer alcançar com o voto nulo? Pela lei vigente, uma eleição só é invalidada se houver fraude eleitoral. Voto nulo é voto zero, não serve para nada! E mesmo que a maioria dos votos nulos tivesse o poder de anular a eleição, o que provocaria?  Novas eleições com os candidatos de sempre? A continuação do governo existente? Uma intervenção militar para restabelecer a ordem social? O voto nulo é a negação do próprio princípio republicano. Se democracia é governo do povo, como este pode governar se se negar a escolher seus representantes? Pense nisso, caro Wéliton, em lugar de criticar quem estimula o povo a votar em gente fora do sistema vigente, para renovar nosso sistema político-eleitoral.

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Salvatore D' Onofrio 
Dr. pela USP e Professor Titular pela UNESP 
Autor do Dicionário de Cultura Básica (Publit)
Literatura Ocidental e Forma e Sentido do Texto Literário (Ática)
Pensar é preciso e Pesquisando (Editorama)
www.salvatoredonofrio.com.br
http://pt.wikisource.org/wiki/Autor:Salvatore_D%E2%80%99_Onofrio