DINHEIRO EM ESPÉCIE NO BRASIL ESTÁ EM EXTINÇÃO?
Não somente porque meu celular pegou um vírus, mas, também por estar de férias, tenho dado um tempo para ler, ouvir música, ficar fora do mundo digital, de forma que não tenho dado muita atenção as mensagens, inclusive do whatsapp. Então só agora vi, que o jornalista Lucio Albuquerque me enviou uma provocação, com uma notícia do “Expressão Rondônia” sob o título “Projeto de Lei quer acabar com o dinheiro em espécie no Brasil” e me pergunta “Amigo, o que você pensa disso?”. Com certeza seria para alguma matéria dele, mas, depois de seis dias não tem mais como servir para ele, mas, me serviu para pensar um pouco sobre o tema. É uma ideia disparatada? Não. Inclusive não seria de imediato, mas, no prazo de cinco anos. Não seria o fim do dinheiro, mas, a adoção da moeda digital. Isto não é nem uma ideia nova. Já, em 1999, Milton Friedman, economista e ganhador do prêmio Nobel, um conhecido liberal, afirmava: “A internet será uma das principais forças para reduzir o papel dos governos. A única coisa que está faltando, mas, que será desenvolvida em breve, é um dinheiro eletrônico confiável”. Embutido aí se encontra o fim do dinheiro físico e a ideia, defendida não somente por ele, de que a moeda deveria ser uma instituição privada, num regime concorrencial e que as pessoas poderiam escolher que moeda usar. Hoje, a moeda que Friedman esperava que fosse feita já existe: o Bitcoin, que é privada e permite que as pessoas façam transações entre si sem interferência de ninguém. Mas, o Bitcoin é apenas a ponta do iceberg de uma mudança completa na forma que usaremos o dinheiro, pois, acreditem existem mais de 2.000 moedas criptodigitais querendo substituir as outras e o dinheiro, fora outros tipos de experiência. É minha convicção de que o dinheiro vai ganhar novos formatos, terá diferentes emissores e circulará livre pela internet como, hoje, se manda mensagens ou textos. Penso que, nos próximos anos, teremos um aplicativo no celular que será uma carteira digital onde guardaremos os diferentes tipos de dinheiro ou ativos digitais. Isto é o futuro. E agora é possível prescindir do dinheiro fisíco no Brasil? Se olharmos para outros países mais adiantados, por exemplo, a Suécia, mais de 80% de suas transações não são mais físicas e se estima que, em 2023, não haverá mais circulação de cédula física. Na China, outro exemplo de progresso do digital, os aplicativos, praticamente, acabaram com a circulação de papel moeda. Dois aplicativos, juntos, o WeChat e o AliPay, no 1º trimestre de 2019, transacionavam quase 8 trilhões de dólares. Estimava-se que mais de 85% da população chinesa faziam seus pagamentos por celular.
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A POLITICA VISTA POR UM POETA ( SILVIO PERSIVO
Colaborador do quenoticias.com.br, Silvio Persivo é Economista com Doutorado em Desenvolvimento Sustentável pelo NAEA, escritor, poeta e professor de Economia Internacional e Planejamento Estratégico da UNIR. E-mail: silvio.persivo@gmail.com