“Deveria ser banido da vida pública”, diz Moro sobre Dirceu

O senador Sergio Moro (União-PR) criticou nesta sexta-feira, 4, o retorno do petista José Dirceu (foto) à vida pública.
Acho que ele deveria ser banido da vida pública. Foi condenado e depois beneficiado por essa reviravolta política”, disse o ex-juiz da Lava Jato pouco antes do lançamento da pré-candidatura do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, à Presidência, referindo-se à anulação das penas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Um cidadão considerado corrupto pela maior corte do país, está falando abertamente em nome do PT e em nome do Lula. Isso é uma vergonha para o país, leva o país para trás”, acrescentou.
Nos últimos dias, Dirceu tem dado entrevistas e participado de eventos para demonstrar que está de volta à política.
Discurso mofado de Dirceu
Após a série de condenações, perdões e anulações, Dirceu se prepara para ser candidato a deputado federal nas eleições de 2026. O petista disse que foi convidado por Lula para disputar a eleição e que tomará uma decisão sobre sua candidatura no final deste ano.
Em 11 de março, ele celebrou seu aniversário de 70 anos em Brasília em uma festa cheia de autoridades, como o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e aproveitou para fazer um discurso mofado para dizer como enxerga a política brasileira.
“Agora está muito na moda dizer que o nosso povo é de direita, é conservador, e eu queria falar um pouco sobre isso”, disse o ex-ministro petista, completando: “A classe trabalhadora veio junto com o desenvolvimento capitalista brasileiro se formando e viveu a metade da vida dela em ditadura.”
2026
“Para vencer as eleições de [20]26, nós temos que governar agora”, defendeu o ex-ministro de Lula.
“E todos aqui sabem que nós governamos em minoria. Um parlamento onde legitimamente os partidos de direita têm 300 deputados, sem bolsonarismo, sem nós, e 50 senadores. Portanto, toda vez que nós formos analisar o governo do presidente Lula, nós temos que analisar a conjuntura internacional, essa situação do Brasil”, disse, defendendo apoio ao governo.
Dirceu disse que a agenda do terceiro governo de Lula tem como objetivo “sustentar o Estado de bem-estar social” e “conseguir manter o Brasil em democracia”, mas reconheceu que “o Brasil precisa de reformas”.