Desunidos e desesperados + Sem atrativos + Mauricio Carvalho, um pé frio? + Cavalo de Tróia +

15 de outubro de 2020 241

Desunidos e desesperados

Apesar de uma centena de pequenos municípios terem candidato único, a maioria dos municípios, especialmente as capitais, apresentam um número enorme de candidatos. Dois fatores predominam para estabelecer esse quadro. O primeiro é a desesperada tentativa dos partidos registrados de ultrapassar as duras cláusulas de barreira, que os obrigam a ter votações elevadas e bem distribuídas nacionalmente.

É uma empreitada dificílima por conta do fundo partidário, que irriga os grandes partidos, e pelo desânimo dos eleitores. Eles sempre votam em candidatos que prometem combater a corrupção, mas a cada dia veem os malfeitos se multiplicar, em transações mafiosas, caixa 2 e lavagem de dinheiro.

O segundo fator é a existência de duas desuniões muito claras: no bloco vencedor em 2018, as alas militar, evangélica, ideológica, técnica, boi, bala e extrema-direita disputam palmo a palmo posições dentro do governo e nas eleições elas aparecem muitas vezes apoiando candidatos opostos.

Ainda mais desunidas, as oposições se dividem entre as alas liberal na economia e costumes, centro-esquerda, verdes, trabalhismo, lulismo, esquerdas leninista, estalinista e trotsquista. O que virá de tanta desunião será mais crise, a menos que os eleitos sejam capazes de unir para aproveitar a melhora das condições econômicas mundiais pós-pandemia.

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Eleições 2020

Com tantos candidatos – mais de vinte municípios com 15, 16 postulantes nas pelejas – algumas municipalidades se revelam apetitosas para a classe política. São os casos de Curitiba, Campo Grande e até Porto Velho que aumentou 150 por cento o número de seus postulantes no pleito deste ano, conforme o G1. Mesmo com problemas insanáveis até agora, como alagações, saneamento básico que aglutina rede de galerias fluviais, distribuição de água tratada e coleta de esgoto, Porto Velho é uma prefeitura atrativa para os políticos.

Sem atrativos

Sem atrativos mesmo é a prefeitura de Pimenta Bueno, palco de afastamentos de prefeitos e prefeitas nos últimos anos. Trata-se de um município com pouco mais de 50 mil habitantes, arrecadação mixuruca que no passado foi conhecida como a “Princesinha da BR” pelo seu esplendor. Outra “princesa” que se esfacelou foi Guajará Mirim, conhecida como a Pérola do Mamoré, hoje vivenciando uma crise daquelas e precisando ser revitalizada.

Um pé frio?

Os adversários do prefeito Hildon Chaves (PSDB) afirmam que o alcaide escolheu mal o seu vice, instalando uma chapa puro sangue. Argumentam que o vereador Mauricio Carvalho é uma nulidade e enterrou a candidatura ao governo de Expedito Junior na capital em 2018 e vai fazer a mesma coisa com o tucano. Na formação de uma chapa puro sangue realmente ocorreu um equívoco do alcaide pois deixou de se reforçar a aliança com outros segmentos do eleitorado, mas no caso de Expedito, foi a rejeição do ex-senador em Porto Velho a grande causa da derrota - e não do jovem mauricinho.

As estimativas

Nas estimativas dos quartéis generais de campanhas da oposição, o prefeito Hildon Chaves vai atingir no máximo 25 por cento de intenções de votos na atual campanha, um teto muito baixo para a disputa no segundo turno. Nas avaliações dos sabidões oposicionistas, ele vai levar muito pau dos adversários e a tendência ainda é diminuir ainda mais seu percentual de aprovação perante o eleitorado. Já, os adeptos do tucanato veem o alcaide crescendo na hora certa para desembarcar forte no segundo turno

Cavalo de Tróia

Tem um candidato a prefeito sujo e trapaceiro, que teria instalado um cavalo de tróia na campanha de um adversário na capital. O espião passa todo dia agendas, estratégias de campanha. Não seria a primeira vez que isto acontece nestas bandas, a jogada vem de longe e tem funcionado inclusive em campanhas majoritárias ao governo do estado nos últimos anos.  Caso não seja descoberto, o tempo vai provar, pois o traíra em caso de vitória do seu verdadeiro patrão,  geralmente é recompensado com cargo do primeiro escalão.

Via Direta

 

*** Alguns candidatos a prefeitura de Porto Velho estão na jornada 2020 na condição de meros coadjuvantes. Sem expressão,  quase sem horário eleitoral, nomes como Geneci Gonçalves (PSTU) e Ted Wilson (PRTB) estão com dificuldades na decolagem *** Por outro lado, temos candidatos que merecem se eleger pelo critério de longevidade nas disputas. Pimenta de Rondônia no PSOL disputa eleições há mais de duas décadas e nunca ganhou nadica de nada *** Os adversários da atual administração na capital cutucam o alcaide tucano dizendo que ele está recapeando ruas no centro sem necessidade, relegando os bairros periféricos ainda não contemplados com pavimentação *** E a voz das ruas ecoa na capital, com uma multidão de indecisos tanto para prefeito como para a vereança.

POLITICA & POLÍTICOS (CARLOS SPERANÇA)

Colunista político do Jornal "DIÁRIO DA AMAZÔNIA", Ex-presidente do SINJOR, Carlos Sperança Neto é colaborador do Quenoticias.com.br. E-mail: csperanca@enter-net.com.br